O monstro do médico

De cara com a folha branca

encontrei-me hoje

Eu estava ali por ser escrita

Meu cérebro está mais bagunçado que o meu quarto

E eu?

Sim, é claro, eu estou aqui

Por mais clichê que isso possa parecer

Que bola de neve!

Mas é verão

que disfeço trágico o seu, não?

Tens que parar de cuspir pra cima

que sina menina

Vai ser estranho

esses vácuos entre uma fala e outra

arremessando na nossa cara

essa decepção que se leva em conta

Não posso esperar que uma galinha saia voando

Existem poemas, textos, prosas, poesias frias

de pensamentos normais

de pessoas normais

pois melancolia nesse mundo é normal

a gente só escolhe se faz bem ou mal

Encontrei-me hoje escrita

sem vida, pé nem cabeça

Vá se lembrando e deixe que eu esqueça

É demais parecer um estranho no espelho?

Facas não fazem barulho
Enviado por Facas não fazem barulho em 10/09/2012
Reeditado em 07/08/2014
Código do texto: T3875533
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