Bilhete.
Alta madrugada ele entrou em casa batendo a porta na cara do vizinho que, coincidentemente, também entrava, só que de mansinho.
Acendeu todas as luzes e foi pro banheiro. Escarrou no box, ligou o chuveiro...
Ao sair do banho percebeu que algo estava diferente.
Pé ante pé, cheio de suspeitas, foi ao quarto e viu a cama vazia. Não tão vazia assim: sobre ela estava o bilhete escancarado com o recado:
Cansei da solidão
Vou viver a minha vida
Levo no coração
um pouco de dor
mas me curei da ilusão.
Aída.
06/11/99 – lua minguante