A Bonequinha Rosa

Ela chegou de surpresa. Eu nem sabia que ela poderia existir em minha vida. Mas ela chegou. Chegou num sábado, mais precisament, em 17 de janeiro de 2009, às 17:35h.. A pequitita como dizia o papai. Rosinha. Os cabelos pretos. Pestanas salientes.Olhos extremamente vivos, pretos, ligeiramente puxados, cheios de vida. Já chegou observadora, atenciosa quando a chamaram pelo nome.:Maria Adéliaaa! Ela virou o rostinho para ver quem a chamava. Ninguém acreditou. A enfermeira disse que nasceu dormindo. Como pode? Interroguei. Para chorar, um leve tapinha no bumbum. Que judiação! O primeiro banho, não tive o privilégio de participar.... Estava cheia de pontos, mas acompanhei tudo de pertinho. Adorou a água. Tive que registrar. Os dias que se seguiram foram tão especiais: amamentação, pôr para dormir, trocar fraldas, o banho, as canções de ninar. E os primeiros balbucios? Que emoção! Ela cantava o tempo todo sua música particular que só ela entendia. E os vizinhos incentivavam: canta Mariaaa.

O primeiro dia de trabalho. Abandonar minha bonequinha rosa, que já me reconhecia foi um aperto no coração. A bonequinha rosa, agora estava branquinha, esperta e já tão pequena se mostrava grata pela papinha, pelo banho, pelo carinho, pela minha chegada, pelos momentos que passávamos juntas. Ela se mostra tão carinhosa em suas ações, descobertas ... Hoje, com seus três aninhos, continua carinhosa, amável, grata e muito feliz. Não é mais uma bonequinha rosa. Continua boneca, agora, branquinha encantadora e inteligente.

Luz Ribeiro 10 de setembro de 2012

Luz Ribeiro
Enviado por Luz Ribeiro em 10/09/2012
Reeditado em 16/09/2012
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