JOGANDO TUDO FORA.
Por Carlos Sena
Por Carlos Sena
A gente sempre acha que vai precisar do que não precisamos. A gente compra uma camisa nova, veste e depois ela vai se ajuntar a tantas outras que tem no armário. A gente lê um livro e quer guardá-lo pela ideia de poder relê-lo outro dia e isto às vezes acontece, mas nem sempre. A gente tem essa mania de juntar. Juntar e guardar, porque a gente deveria até juntar, mas antes de guardar fazer uma seleção daquilo que, certamente vai virar entulho. Entulho, no nosso entendimento é pior do que lixo. O lixo a gente já sabe seu destino, o entulho nem sempre. A gente entulha, por exemplo, papel. Por exemplo, vidrinhos de café solúvel, canetas vagabundas distribuídas em congressos, só porque são novinhas e escrevem bem no inicio. A gente junta, em viagem, principalmente quando estamos apaixonados ate papeizinhos de bombom cheios de romantismo que um dia serão entulhos. Juntamos artesanatos, entulhamos nossas estantes de flamulas, cartazes, cinzeiros, clips usados, equipamentos eletrônicos sem uso e fora do mercado, jornais vencidos, livros velhos, dentre outras coisas que a gente entulha como que temendo algo, ou talvez, projetando nesses entulhamentos algum problema maior que a psicologia talvez justifique, mas só Freud explique. Por isto sinto que o conceito de lixo não é idêntico ao de entulho. Algo como “nem toda sobra e resto”. No caso Lixo é lixo e a gente sabe o destino. Entulho pode ser lixo, mas a gente evita esse destino por algum motivo extremamente particular, ou não... De coisas entulhadas poderemos fazer com que alguém as utilize. Livros, por exemplo, poderemos dar às bibliotecas populares; remédio dentro do prazo de validade poderá doar a instituições de saúde de caridade; roupas, sapatos, etc., tudo podem em estando entulhado virar lixo ou ser reutilizados por quem necessita.
Livrar-se de tudo que não sentimos falta é uma forma de libertação, pois os seres humanos são, por essência, extremamente apegados às coisas, independente da sociedade de consumo em que vivemos. Quando a gente se livra do que não precisa, estamos abrindo espaço para o novo, para novas possibilidades. Pode, inclusive, significar evolução interior, exercício em função disto ou coisa parecida. Penso mesmo que a gente não deve guardar nada material em nossa volta. Afinal, caixão de defunto não tem gavetas talvez para nos lembrar de que o que devemos guardar em vida é o bom sentimento, as boas ações. O amor! Ah, o amor! Esse sim, não devemos economizar, porque só ele nos faz maior pela sua natureza de quanto mais lhe gastamos mais ele se refaz em nós.
Afora isto, tudo o mais devemos jogar fora. Dar ao lixo o que é dele. Ao fisco o que é dele... Pois não há rico que não tenha algo a receber nem pobre que não tenha algo a dar. Assim é a vida ávida de que nós humanos tenhamos a sabedoria para por e dispor de bens matérias com a mesma naturalidade que respiramos. Exercitar isto é se permitir a uma noite cheia de estrelas, a um dia cheio de sol mesmo se nublado ele estiver, porque os olhos do coração saberão fazer a diferença.
Livrar-se de tudo que não sentimos falta é uma forma de libertação, pois os seres humanos são, por essência, extremamente apegados às coisas, independente da sociedade de consumo em que vivemos. Quando a gente se livra do que não precisa, estamos abrindo espaço para o novo, para novas possibilidades. Pode, inclusive, significar evolução interior, exercício em função disto ou coisa parecida. Penso mesmo que a gente não deve guardar nada material em nossa volta. Afinal, caixão de defunto não tem gavetas talvez para nos lembrar de que o que devemos guardar em vida é o bom sentimento, as boas ações. O amor! Ah, o amor! Esse sim, não devemos economizar, porque só ele nos faz maior pela sua natureza de quanto mais lhe gastamos mais ele se refaz em nós.
Afora isto, tudo o mais devemos jogar fora. Dar ao lixo o que é dele. Ao fisco o que é dele... Pois não há rico que não tenha algo a receber nem pobre que não tenha algo a dar. Assim é a vida ávida de que nós humanos tenhamos a sabedoria para por e dispor de bens matérias com a mesma naturalidade que respiramos. Exercitar isto é se permitir a uma noite cheia de estrelas, a um dia cheio de sol mesmo se nublado ele estiver, porque os olhos do coração saberão fazer a diferença.