A difícil arte de silenciar

Difícil começar este texto, difícil falar sobre silêncio, quando logo eu, justamente eu, gosto tanto de silêncio, falo pouco, não gosto de barulho nem tão pouco gritaria.

Mas o problema é a sinceridade, o problema é não conseguir conter aquilo que deveria ficar guardado.

Eu geralmente não sou assim, sei me conter, sei pensar antes de falar, mas certas situações me vem como um vírus da gripe, se instalam por um tempo e já não tenho controle sobre o que digo, se estou irritada então, ixi!!! Falo desenfreadamente.

E quando este vírus rebelde vai embora, fica a culpa de quem falou o que não devia!

Hoje li algo que um amigo meu postou, onde ele dizia:"não me arrependo de nada que tenho feito, mas me arrependo, daquilo que não fiz!".

Realmente isso não cabe a mim. De todas as atitudes que já tomei, definitivamente as que eu mais me arrependo são as coisas que falei, afinal, palavras ferem mais que atitudes. As palavras penetram na alma e de lá não saem mais.

Não me lembro de tudo o que falo, nem coisas boas, nem ruins, minha memória não é muito boa, esqueço as coisas com muita facilidade, e por vezes, meus amigos ficam me lembrando de coisas que eu disse ou momentos que passamos juntos, eles vão descrevendo a situação até que eu lembre. Mas, já estou eu fugindo do assunto.

O que quero dizer é que, ainda não me lembrando de certas situações que já vivi, nem de todas as palavras pouco gentis que já tenha dito. Certas palavras que eu já disse, sem que as devesse ter pronunciado, me acusem a consciencia e me fazem querer voltar no tempo.

Como isso não é possível, o jeito é se controlar a cada dia, pensar muito bem antes de falar, e se estiver irritada, então nesse caso melhor nem falar nada... Mas isso é tão difícil, quando vê, já foi, já falou, já está arrependido.

Sabe!

Eu gostaria mesmo, era de seguir o exemplo da virgem Maria, saber silenciar como ela, e guarda tudo dentro do coração.