VICTOR HUGO E A TOLERANCIA...
Por Carlos Sena


 
Li, no FACE BUSQUE que Victor Hugo teria dito: “a tolerância é a melhor religião”. Perfeito. Quem tolera não tergiversa, versa. Quem tolera não amaldiçoa, soa em alto e bom som o trinar do bem viver. Quem tolera não discrimina gay, nem negro, nem mulher, nem judeu, nem – vive que nem: quem nem um ser total que alcança os diversos níveis da pluralidade. Relaciona-se com todos, tem suas convicções, mas permanece ali, vivo, altivo, feliz. Quem tolera não precisa dos outros, complementa o que for preciso, nada cobra, mas paga o que é devido. Victor Hugo pode até nem ter dito literalmente isto, porque o FACE BUSQUE é meio que                “bandavoou” e todo mundo posta tudo, importa tudo, nem sempre se importa com nada. Mas, pelo que já li de Victor, certamente é o seu perfil a tolerância.
Tolerar enquanto religião, certamente é definidor de uma série de atributos que quando se é tolerante ficam dispensados. Porque a tolerância é uma prática que desmente qualquer teoria, algo como: não adianta se dizer bom sem fazer o que é bom e o que é do bem; não adianta dizer que não discrimina se manda um negro subir pelo elevador de serviço; não adianta dizer que não discrimina gay se proíbe seu filho andar com um colega que dizer ser ele gay e assim por diante. Também não adianta se dizer crente em Deus se sua crença não se converte em atitudes e estas, em tolerância. Porque atitude religiosa sem tolerância não existe, como também não existe tolerância sem que por dentro dela existam traços marcantes de religiosidade.
Nenhum grande líder religioso do mundo o foi sem tolerância. Mesmo Cristo quando expulsou os vendilhões do templo ele foi tolerante – estava ensinando a lição de que as coisas de Deus são sagradas e, portanto, a Cesar o que é de Cesar, mas a Deus o que é de Deus. Os intolerantes não precisam de lição: nem dando nem recebendo! Aí é que reside a pouca capacidade do perdão! De certa forma a intolerância gera dentro das pessoas um sentimento de superioridade que, não sendo barrado conduz pessoas inescrupulosas a pensar que sejam “deus”... Daí o perigo que pode gerar grandes líderes sanguinários com Hitler e tantos outros.
Se o ser humano fosse eterno na terra, certamente que a tolerância seria dispensável das nossas relações. Contudo, sendo passageiros como somos, fracos como somos, pecadores como somos, não há melhor religião do que essa que contém a tolerância como fonte de sustentabilidade. No dia a dia essa tolerância pode se chamar Católica, apostólica Romana. Também evangélica e até pentecostal, desde que as praticas dessas denominações não prevarique no quesito tolerância. Até onde sabemos os pentecostais estão distante disto, mas a tolerância nos conduz a crer que um dia tenhamos um nível de convivência harmônico entre os homens que nos garanta uma tolerância total entre nós, principalmente entre os diferentes mais diferentes em suas diferenças.