O ÚLTIMO DIA SETE DE SETEMBRO.

Chagaspires

As dores de estômago me despertaram logo cedo, e já às cinco horas da manhã eu estava deitado na rede da varanda. Foi de lá que eu pude perceber o ruflar dos tambores. Era manhã de Sete de Setembro e aquele som me transportou para um outro dia sete; o dia sete de setembro de 1993.

Na noite anterior por ordem do nosso comandante, o então Major Barbosa, havíamos pernoitado no quartel. Eu tinha sido promovido a capitão da Polícia Militar de Pernambuco no mês de agosto e estava lotado mo CFAP, (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças, da Corporação).

Como secretário, oficial de Relações Públicas, e instrutor dos cursos de formação; iria desfilar pelo estado maior do meu batalhão pela primeira e última vez, pois em novembro do mesmo ano iria para a reserva remunerada.

A euforia tomava conta da soldadesca que logo cedo davam os últimos retoques em seus uniformes; em seguida subimos nos ônibus e nos dirigimos ao local de desembarque próximo ao colégio da Polícia Militar no bairro do Derby no Recife. De lá rumanos marchando para a Avenida Conde da Boa Vista até nos colocarmos no lugar destinado no dispositivo. Enquanto aguardávamos o início do desfile foi servido um pequeno lanche, e aproveitamos o momento para tirarmos algumas fotos que ficariam para posteridade.

Os dobrados e hinos tocados pela banda principal serviam para colocar o meu coração mais acelerado. “Polícia Militar de Pernambuco, bravura e lealdade varonil”; era um dos hinos tocados; a Canção Da Polícia Militar de Pernambuco.

O momento de abater a espada em frente ao Palanque das autoridades foi o mais emocionante, pois se encontravam naquele lugar o Governador do Estado, o comandante do Quarto Exército, o comandante da Polícia Militar entre outras autoridades.

Jamais me esqueci daquele dia.

Ao chegarmos de volta ao quartel como de praxe, houve a continência ao terreno e logo após o Comandante me cedeu à palavra e emocionado pude proferir um pequeno discurso que me fez chegar às lágrimas.

Hoje ao recordar aquele dia ainda me emociono.

Sete de Setembro a comemoração maior de nosso País; a conquista da transformação de Império em República, a transformação do julgo em liberdade. É pena que a nossa república esteja tão destinhorada, tão corrompida, tão sucateada. Não sei se me emocionaria da mesma maneira que me emocionei naquele Sete de Setembro de 1993.

Chagaspires
Enviado por Chagaspires em 07/09/2012
Reeditado em 07/09/2012
Código do texto: T3869588
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