Um tipo de paz

Recebi dia desses um e-mail com o título “A Paz que eu trago em meu peito”.

O título é bem interessante e a mensagem em si mais ainda.

Refleti sobre ambos.

Creio que sobre este prisma possa dizer que a Paz que tenho hoje também é diferente da Paz que eu sonhei ter.

Tenho a paz de ter aprendido algumas lições e lidar com as minhas imperfeições, de saber pedir perdão, reconhecer carências, erros e medos.

Tenho a paz da fé, da consciência tranquila, do dever cumprido, de ter um coração que ama e de brincar com as crianças.

Mas para por aí, não tenho a paz de não querer que os outros não se modifiquem por minha causa.

Sempre quis e continuo querendo mudar a mim, aos outros e o mundo, nunca me contento com o que vejo, pois acredito que todo ser vivo, não somente as pessoas estão fadados a um destino comum: a evolução.

Então é preciso mudar.

Mudar sempre.

Provocar mudanças.

Nunca deixar que o comodismo do bom prevaleça sobre o sonho do melhor.

Então não tenho essa paz e no lugar dela tenho uma inquietude que me impele a novos passos na estrada de tijolos amarelos em busca de verdades fantásticas e respostas insólitas para problemas comuns.

Também não tenho a paz de poder sorrir e chorar quando quero.

Além disso tenho plena consciência de que não sei tudo, aliás sei que não sei o gostaria de saber e que acúmulo de conhecimento não traz sabedoria. Tenho pouquíssimas certezas e a cada dia reafirmo a verdade de que sou um ente de dúvidas.

Também busco o aprendizado do silêncio porque normalmente as palavras brotam de mim, como agora.

Enfim a paz que possuo é muito particular, mas não deixa de ser um tipo de paz.

Bárbara A Sanco
Enviado por Bárbara A Sanco em 07/09/2012
Reeditado em 07/09/2012
Código do texto: T3869363
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