Um tipo de paz
Recebi dia desses um e-mail com o título “A Paz que eu trago em meu peito”.
O título é bem interessante e a mensagem em si mais ainda.
Refleti sobre ambos.
Creio que sobre este prisma possa dizer que a Paz que tenho hoje também é diferente da Paz que eu sonhei ter.
Tenho a paz de ter aprendido algumas lições e lidar com as minhas imperfeições, de saber pedir perdão, reconhecer carências, erros e medos.
Tenho a paz da fé, da consciência tranquila, do dever cumprido, de ter um coração que ama e de brincar com as crianças.
Mas para por aí, não tenho a paz de não querer que os outros não se modifiquem por minha causa.
Sempre quis e continuo querendo mudar a mim, aos outros e o mundo, nunca me contento com o que vejo, pois acredito que todo ser vivo, não somente as pessoas estão fadados a um destino comum: a evolução.
Então é preciso mudar.
Mudar sempre.
Provocar mudanças.
Nunca deixar que o comodismo do bom prevaleça sobre o sonho do melhor.
Então não tenho essa paz e no lugar dela tenho uma inquietude que me impele a novos passos na estrada de tijolos amarelos em busca de verdades fantásticas e respostas insólitas para problemas comuns.
Também não tenho a paz de poder sorrir e chorar quando quero.
Além disso tenho plena consciência de que não sei tudo, aliás sei que não sei o gostaria de saber e que acúmulo de conhecimento não traz sabedoria. Tenho pouquíssimas certezas e a cada dia reafirmo a verdade de que sou um ente de dúvidas.
Também busco o aprendizado do silêncio porque normalmente as palavras brotam de mim, como agora.
Enfim a paz que possuo é muito particular, mas não deixa de ser um tipo de paz.