Profissão: Escritor
“Ao combativo e nunca assaz louvado escritor e antropólogo José Calvino, com a homenagem dos missivistas do JC”
Esta dedicatória foi do então editor de “Cartas à Redação” do Jornal do Commercio, quando lançou em 1998 o livro “Cartas Pernambucanas” (Missivistas do JC). Na época foi publicado “Iniciativa dos missivistas”, JC 12/08/98: “Recebi duas cartas da editora Comunicarte tratando da edição de livro com dados biográficos de missivistas do JC e uma carta inédita ou não, a ser lançada este ano, em comemoração à Semana Nacional da Imprensa. Em segunda carta veio o total do orçamento para tiragem de mil exemplares do ‘curioso livro’. Remetendo as matérias solicitadas (é uma vergonha, deveria ser remunerado), e como não obtiveram apoio cultural (que é o difícil), pretendem então ‘empurrar’ 50 exemplares ao preço unitário de R$ ... (questão de ética deixo de mencionar o preço), visando exclusivamente ao mercantilismo, como se fôssemos profissionais de venda de livros! A meu ver, antes de o livro ir ao prelo mudar o título, o setor de marketing deveria ser consultado para que os supostos leitores saibam que não houve patrocínio! Somente o nome de editora que imprimir, é claro. Por lei, todos os livros trazem o nome da editora onde são impressos. * José Calvino.”
Estou falando do saudoso jornalista José do Patrocínio Oliveira, decano do JC. Quem vive como eu, evitando grupos de subservientes “intelectuais” com conchavos, a fim de obter favores, permita-me registrar algumas inconfidências. Num país onde todos são iguais perante a lei, a decepção é grande. Em termos de Brasil, ser escritor ou poeta numa nação cheia de analfabetos e semi-analfabetos, fica ainda mais difícil, e como!!! Os referidos têm apenas uma pequena noção das coisas, são cheios de superstições, de preconceitos, crendices e sem cultura que possibilite a tomada de decisões. Na minha opinião, são como fantoches. Manipulados pelo sistema, crescem, comem, e morrem, esquecidos. Acredito que 50% dos brasileiros alfabetizados não têem o hábito de ler. Muitos leem mal e dificilmente entram numa livraria, nunca assistem a uma peça de teatro,,, (não leem sequer um jornal)!!! A conversa é mais sobre futebol, bebidas... É uma perda de tempo discutir essas coisas! Sobre a bebida não faço apologia, até porque eu acho que seja uma das drogas mais prejudiciais ao ser humano. Só porque é oficializada? Há quem despreze os escritores. Principalmente num regime ditatorial (toda ditadura é perversa)!!! Tomei conhecimento, alguns anos passados, que um célebre romancista..., interpelado por um inspetor da alfândega de Berlim, sobre sua profissão, respondeu “escritor”, tendo o dito cujo repetido a pergunta com riso sarcástico: “Eu estou indagando a profissão...” Eu particularmente, continuo escrevendo, mas, investir nas edições dos meus próprios livros? Jamais!!! Desprestigiado pelo público almejado, o Fiteiro Cultural, aqui do Recife, foi desativado. Uma pena.
Em 1957, freqüentei o Curso de Iniciação ao Cinema, promovido pelo Centro de Orientação Cinematográfica e pela Associação de Imprensa de Pernambuco (AIP). Retirei a proposta de sócio por motivos óbvios. No mesmo ano o de Radiatro. Como também o desligamento da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT) . Motivo: Não entregaram o comprovante do registro da Peça Teatral Trem & Trens” e a carteira da SBAT. A prova que a peça teatral “Trem & Trens”, de minha autoria, foi devidamente registrada sob o Nº 27.751 em 26.09.1990, no Rio de Janeiro, documento, como título executivo judicial em 1991.
Em plena ditadura militar (1970), conheci alguns articulistas, colunistas, compositores, escritores, médicos, advogados, apresentadores de programas de rádio e TV, repórteres esportivos, policiais, que já exerciam a profissão de jornalismo. Porém, na época não existia curso de nível superior de jornalismo ou de comunicação social. Participamos (eu e José do Patrocínio) do I Curso de Comunicação Social, promovido pela Associação dos Bacharéis em Jornalismo, realizado na Universidade Católica de Pernambuco em convênio com o Instituto de Ciências da Informação (Icinform) e a colaboração especial do Instituto Cultural Brasil-Argentina. Aproveitando o ensejo gostaria de mencionar as matérias e professores: Panorama das Telecomunicações no Brasil e no Mundo, Engº. Nédio Cavalcanti; Comunicação do Jornalismo Impresso, Jornalista Wladimir Maia Calheiros; Comunicação Através das Relações Públicas, Professor Francisco Higino Barbosa Lima; Comunicação Áudio-Visual, Professora Theresa Catharina Góes Campos; Comunicação e Universidade, Reitor Potiguar Matos (UCP). No mesmo ano recebi o certificado de radiotelegrafista (1ª Classe), de conformidade com as disposições dos Regulamentos de radiocomunicação internacional. Este eu tenho obrigação de guardar o sigilo das comunicações e de cumprir fielmente as determinações regulamentares em vigor e as da legislação radiotelegráfica internacional.
Dado ao meu agnosticismo (permaneço agnóstico) no ano de 1982, concluí o curso de Ciências Religiosas pelo então ITER (Instituto de Teologia do Recife), sendo o referido curso equivalente à licenciatura curta para fins de Magistério. Em 1997, me associei à UBE-PE, pela segunda vez deixo de pertencer aos quadros da (des)União Brasileira de Escritores ( Vagão abandonado nos jardins da UBE – Literário 10/05/2011). E, em 2009, fui entrevistado sobre a cidade do Recife, no então Fiteiro Cultural, destinado ao curso de jornalismo da Unicap (Universidade Católica). Até hoje desconfio que foi uma trama encabeçada por algum professor, pois um dos entrevistados evita falar na dita entrevista...
*Do livro "Fiteiro Cultural", pp. 72-6 - ed. esgotada.
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