Viva La Vida!
E lá se foi o mês de agosto e com ele os meus 24 anos de vida que agora viraram história guardada no cofre impenetrável do passado. Não posso alterar nada. Mas pensando bem por que o faria? Tudo o que aconteceu nesses 24 anos serviu para que eu fosse o que sou. Agora me resta um futuro inteiro a ser desvendado. Aniversários antes de qualquer coisa são marcos de um novo começo. Não se celebra tanto o que se foi, mas o que está sendo e o que será. Estar vivo é a grande dádiva comemorada nos aniversários. E é por isso gosto tanto deles. Eles têm a mesma mística de fim de ano que renova a esperança num por vir melhor...
Sempre que meu aniversário chega à criança sonhadora e repleta de vida que existe em mim vem à tona. Fico com aquela mesma expectativa de quando tinha 10 anos. Expectativa do que irei ganhar; de quem irá lembrar, enfim, a expectativa de que será grande o “meu” dia. No entanto, com o passar dos anos não é mais assim. Aniversários se tornam corriqueiros. Os parabéns ficam condicionados a uma tela de computador e sempre fico com a impressão de que algo está faltando, se perdendo. Pobre criança que existe em mim.
Sou, ainda que a contra gosto, obrigado a entender que é assim mesmo. Não estou em Nerverland e nem sou Peter Pan para manter as coisas como eram na infância. Tudo na vida muda e isso gera incomodo. No entanto, esse é um processo necessário. São elas, as mudanças, que nos apresentam mundos novos, repletos de outras oportunidades.
Esse aniversário que passou, não foi exatamente como os da infância, contudo não se revelou pior por causa disso. Ele me mostrou que a maneira como celebramos aniversários podem (e devem!) mudar, mas não a essência do momento. Percebi também que não só aniversário, como também a vida, não tem a ver com o que se faz ou o que se ganha e sim com o significado que damos a nossa existência.
A vida é como disse o Oscar Wilde “um tempinho horroroso cheio de momentos deliciosos”. Saber disso é um convite a desfrutar a vida. Embora os momentos deliciosos possam ser muito escassos; são existentes. Por isso viva la vida!