Uma do Zeninho.

Geralmente quando eu chegava do trabalho, os meninos

corriam ao meu encontro e dos meus bolsos saltavam balas, balas

de goma, pirulito, chocolates, coisas que estragam os dentes, mas

que alegram a infância. E eu ficava, por ali, me deleitando.

Numa dessas tardes, após a invasão aos meus bolsos, eu,

com algumas questões a discutir com a mãe deles, e, preocupado,

já estava a conversar com a mesma, quando o Zener se aproximou.

__ Espere um pouquinho, filho, que aqui é conversa de gente grande.

Ele saíu decepcionado e foi juntar-se aos seus irmãos Breno e

Luciane. É preciso atentar que na época o Breno tinha seis anos,

o Zener 05 e a Lu, 04 anos. Uma escadinha. Vi os três conversando

e logo depois sentaram-se no chão, como um triângulo, próximos um

do outro e sussurravam. Terminada a minha conversa de gente

grande, fui em direção aos três, sorrindo. Mas, antes que eu me

aproximasse deles, o Zeninho foi logo dizendo:

__ Espere um pouquinho, pai, que aqui é conversa de gente

pequena...