Mijada

A incidência de notícias na TV tratando de agressões covardes contra a pessoa humana, nos convida a desistir de esperar ou torcer para que haja justiça. Devido à banalização desses atos, conseqüência da sua repetição diária.

Quando ouvimos que onze garotos, todos entre oito e quatorze anos, serviram-se de uma menina na mesma faixa etária, não temos idéia do que poderia ser feito para que isto não mais acontecesse. Até porque os garotos não podem ser presos.

Quando vemos as imagens de um ladrão se apropriando da bolsa de uma mulher dentro de um elevador e levando dela R$ 8.000,00, além de três celulares, ou quando nos impõem as cenas de um assaltante ameaçando com seu revólver um comerciante que é depois por ele alvejado vindo a falecer, chegamos a duas conclusões: televisão é um circo de horrores e tais cenas se repetirão de uma forma ou de outra no dia seguinte.

Junto com o escabroso noticiário, vivemos a temporada da propaganda eleitoral. Os candidatos esmeram-se em promessas que, a julgar pelos anos anteriores e pelo estado das coisas no país, não serão absolutamente cumpridas. Curioso é que em suas campanhas, explorando sempre as mesmas temáticas – saúde, transportes, habitação, emprego – não detectamos mais, pelo menos com a mesma ênfase, o item segurança. Talvez porque todos já nos habituamos a não contar com qualquer tipo de segurança. Tal a acentuada proliferação de atos criminosos em qualquer parte da cidade, a qualquer hora do dia ou da noite. Também as áreas rurais ou regiões no interior dos estados não ficam imunes a assassinatos, latrocínios, assaltos a mão armada, assaltos a residências, bancos, etc. Tornou-se um hábito a explosão de caixas eletrônicos no interior do estado de Minas Gerais. Normalmente elevadas somas são levadas pelos criminosos que quase sempre não são detidos. As torcidas organizadas, que contam com o apoio dos clubes de futebol para se estabelecerem, vão para os estádios não para torcer por suas equipes, mas para brigas com outras torcidas, culminando muitas delas em mortes.

E não se vê, por parte de nenhum candidato, qualquer tipo de proposição que possa prever a atenuação dos índices de insegurança a que todos estamos sujeitos. Todos aqui significa o povo, não as autoridades constituídas, dentre as quais certamente se encontrarão os políticos que conseguirem se eleger.

Sinceramente não sei se esta é uma questão que você devesse levar ao seu candidato. Na verdade nem sei porque estou perdendo meu tempo com esta redação. Pois desconfio do resultado prático desse trabalho. Que se parece mais com a necessidade que tenho de ir ao banheiro. Vou lá, urino e pronto. Sinto-me aliviado. É como se tivesse me livrado de um peso. Apenas isso.

Rio, 03/09/2012

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 04/09/2012
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