Passantes 2

Passar por ele, às vezes incomoda... grãos de areia esvoaçam no seu interior, vez ou outra pulam para dentro dos olhos dos passantes e os irritam. O louco do Alcyr correu atrás dele outro dia aos gritos: “Solta, solta... encardido, solta a camisa do Simão Bacamarte.” Alcyr lívido: ”Sua fúria pode rasgá-las... o que direi ao Simão... que não tomei conta das suas roupas estendidas no varal... solta, solta...”

Suave, ele bate no rosto igual ao carinho feito pelas mãos do homem amado, explorando cada milímetro de pele, lambendo com seus beiços úmidos deixando sua marca indelével... de onde ele vem...? Ninguém, o sabe ao certo! Racionalidade científica a parte, ele vem mostrando que é formado em “Influências Naturais”..., eu, aqui curto a sua mobilidade, suas indas e vindas sem respeitar portas, janelas, porteiras e até fronteiras. Dependendo do rumo e do lugar por onde ele passa pode nos excitar com seu perfume ou nos fazer vomitar com o seu fedor.

Generoso para alguns... para outros um carrasco destruidor.

Na praia suas andanças exploram corpos sarados, suados, gordos, magros, jovens, velhos,... feminino, masculino,...ou,... na espera da transição,melhor ainda, sua metamorfose!? ... Olha, ela pode ocorrer há qualquer momento... em sua passagem. Será que..., ele também vai sair do armário!?

Esteve nos pensamentos quixotescos, enquanto, Miguel de Cervantes y Saavedra, o escrevia nos delírios do seu personagem, ao perceber um exército armado até os dentes nos moinhos, logo a sua frente!

Convencido e malicioso passou pelas pernas de Marilyn Monroe tudo amplamente divulgado nas telas do cinema. Neste início de Setembro ele está insuportável... trocou o Agosto... adultério a vista! Lógico, a primavera esta chegando com sua formosura, suas cores e perfumes,... e, ele, cansado do trivial resolveu mudar.

Bem! Rogo em dizer, ele não está com a corda toda como pensa, pois a liberação dos elementos químicos gasosos da atmosfera prejudicam suas conquistas, afinal, quem gosta de vento forte atire a primeira pedra nesta que lhe escreve... Vento por vento fico com a brisa!