"ZOOM" NA ALMA NIPÔNICA
Além do aroma das cerejeiras e da beleza do nascer ou do pôr do sol, quando estes dias forem nada mais que lembranças, algo ainda acondicionarei a meus recordos.
Por ora, nem iminentes ameaças de furacões, terremotos ou tsunamis abalam a tranquilidade que duvidava alcançar nessas plagas orientais. E, à medida em que o tempo avança, repito-me recorrendo aos termos com os quais se expressariam os vizinhos do norte: "So far, so good".
Aqui, o vento parece soprar para bem longe possíveis sentimentos que oxidam a alma, assim como rechaçam ondas gigantes que trazem males de mares distantes. Se os olhos parecem cerrados, os corações mantêm-se atentos e refletem espírito aberto em cada peito, seja jovem ou adulto, criança ou ancião.
Como assim? Alegria, humildade, presteza, ..., solidariedade, discrição, polidez, ..., criatividade, praticidade, sensibilidade, ... são semeados em solo fértil: germinam, proliferam-se e se desenvolvem saudáveis. Com eles reconhece-se e fotografa-se nos gestos, nas palavras e nos rostos o sorriso permanente, cativante.
Em breve aqui não mais estaremos, eu e o presente; ter-me-ei ido com o passado a retraçar os passos que nesta terra hoje imprimo. Então, ao voltar ao convívio junto aos meus, peço a Deus que igualmente algo inovador tenha em mim, capaz de inocular e contagiar noutrem o desejo de somarem-se àqueles que em exercício constante reinventam-se no compartilhar a felicidade que demonstram sempre ter.