JUÍZO DE VALOR

O Ministro Presidente do egrégio Supremo Tribunal Federal, ao pronunciar o seu voto condenatório contra os réus envolvidos até o pescoço no escândalo de desvio de dinheiro público, apelidado de mensalão, disse que ao pronunciar a sentença de supressão da liberdade, o juiz sente o gosto amargo, semelhante ao do jiló, dessa punição.

Será que o eminente Ministro também sente a sensação de abandono da população constantemente roubada;

- a fome endêmica das crianças pela falta de qualidade da merenda escolar;

- o desespero dos doentes que procuram o inexistente serviço de saúde;

- ou o desencanto dos professores ao receber o vergonhoso salário para trabalhar em escolas (?) sucateadas, tudo isso decorrente da falta que faz o dinheiro dos impostos desviados pelas quadrilhas dos marginais engravatados, cuja ínfima parcela está agora sendo julgada?

As nossas leis são incentivo declarado à marginalidade.

Essas quadrilhas deviam ser condenadas à pena de morte, pelo crime, comum a todos, de “Lesa Pátria”, tipificado quando no exercício da coisa pública assumem a conduta criminosa dos desvios, que ensejam:

- que não tenhamos estradas de rodagem e de ferro, navegação fluvial e marítima de cabotagem;

- que os trabalhadores do campo tenham que arcar sozinhos com as consequências dos desastres naturais (chuva, vendaval, seca, doenças) e as variações do mercado por estarmos atrelados à economia global sem as salvaguardas em vigor nos outros países;

- que tenhamos que conviver com tráfico de drogas e de armas e a sanha dos outros ladrões (não engravatados) a qualquer hora e em qualquer lugar, diante da pífia segurança pública;

- com impostos em cascata sobre o mesmo fato gerador que tomam, compulsoriamente, 45% dos nossos ganhos;

- com a incômoda desigualdade social;

- e com o vergonhoso escore de 3.2 (num universo de 0 a 10) das nossas escolas de 1º e 2º graus.

As leis precisam ser alteradas e obedecidas, com ou sem gosto de jiló, para que todos esses criminosos que exibem, descaradamente, enriquecimento ilícito e meteórico sejam severamente punidos e, como estamos na era dos reciclados, do reuso, do reaproveitamento, deveremos adotar a forca, pois com a mesma corda exterminaremos toda essa malta de ladrões que, pensando bem, são pessoas que não valem o preço de uma bala.

Biologicamente falando, nossa espécie se desenvolveu e se estabeleceu na natureza como predador/coletor.

Dentro de cada um de nós sempre haverá o estímulo para pegar aquilo que chama a nossa atenção, mas esse ímpeto tem o freio da Ética que deve ser exercida por todos para o bem comum e a não observância, punida com toda severidade.