UMA SEXTA DIFÍCIL MERECE UMA ROSA AMARELA


Por isso comprei duas, mais tarde quando vier coragem para plantar, o farei. Na verdade o jardim está ficando pequeno para as minhas necessidades psicoterápicas, principalmente das que aumentam as belezas do dia. Deve ser por isso que escrever é um vício encantador. Escrevemos para nos encantarmos com a vida. Talvez uma forma de anunciar nova bonança. Como se através da escrita, pudesse ter água onde há seca, pudesse ter alegria onde dores seguem desgovernadas. Às vezes não sabemos nem dor de quê. De repente tudo dói. Que tanto deve doer a falta de esperança? E um olhar cego? Que tanto deve doer um olhar cego. Que sabemos nós das dores do mundo enquanto tentamos pintar a tela de um mundo zen? Essa é a função da escrita? Direcionar-nos para a grama verde, para os pastos limpos, para os rios que tranqüilizam as almas. Deve ser para provar que na vida além da escrita, tentamos fazer nossa parte para embelezar o mundo, que eu parei o carro, escolhi as rosas amarelas e as trouxe comigo, assim como algumas pessoas escolhem um cão para dar carinho. Há por trás dos nossos atos uma compensação. Um agrado que nos damos para esquecer outras emoções ou fatos. Não somos os escritores do rádio, mas temos tanto a entornar que muitas vezes nos sentimos como todos os seres, que são felizes ou infelizes sem saber.




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imagem da rosa é do google.
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 31/08/2012
Código do texto: T3858729
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