Desistir...
Desistir... prá quê? Há sempre um novo dia.
Hoje ouvi no Jornal Nacional sobre o julgamento de Dharun Ravi, que disponibilizou, sem permissão, o vídeo do colega de quarto Tyler Clemente, mantendo relações sexuais com outro homem em 2010, fato que levou este último a se jogar da Ponte George wastington, cometendo suicídio por não suportar o momento de dor pelo qual passava.
É certo que, a exposição sofrida por Tyler, sem dúvida nenhuma, foi de grandes proporções, a julgar pela atitude ainda preconceituosa da maioria das pessoas, inclusive familiares seus. Mas, daí a se matar... sem querer fazer julgamento prévio, há uma distância muito grande.
Imagine você, se Tyler não tivesse ceifado sua própria vida, como estaria ele agora? O fato já teria sido esquecido, como tudo é esquecido com o tempo, e o canalha do Dharun condenado a uma pena que pode atingir 20 anos de prisão.
Repare a inversão do sofrimento. Tyler se matou em 21/09/2010, estamos em 21/05/2012, menos de dois anos depois e todo o panorama teria sido diferente. Ou seja, a vítima estaria neste momento, possivelmente, mais aliviado por já ter se assumido, gostassem ou não da ideia, já que sua homossexualidade foi revelada, (ainda que de forma desagradável), e, para sua maior alegria, seu algoz, Dharun, o fim merecido.
É por fatos como este, que vale a pena continuar tentando, mesmo quando o mundo parece desabar em nossas cabeças. E lembrar sempre que todos têm problemas, até mesmo quem nos cria problemas tem os seus próprios.
A vida é uma sequência de fatos. Bons e ruins. Alegres e tristes. É só saber esperar e nunca desistir. Pensar com toda convicção: “Tudo passa.”
Salvador, 21 de maio de 2012
Rozana Cangussu