CRÔNICA – Dou a mão à palmatória
 

CRÔNICA – Dou a mão à palmatória – 31.08.2012
 


          Nas minhas crônicas de 24 e 28.08.2012 fiquei a duvidar de que o STF chegaria a condenar a corja de malfeitores que instituíram o famoso esquema do Mensalão, inclusive chegando a dizer que os votos contrários à condenação teriam um placar de 6 x 4, a fora os votos do ministro Peloso, em face da proximidade de sua aposentadoria compulsória.

          Na verdade, fui levado a entender assim em face dos
primeiros votos dados por alguns ministros, em que isentavam o ex-presidente da Câmara dos Deputados, doutor João Paulo Cunha, de crimes constantes da denúncia formulada pelo Ministério Público e acatada pelo próprio STF.


          Terminada a primeira etapa da votação, pude constatar que estava completamente enganado nas minhas conclusões apressadas a propósito do assunto, porquanto até agora as condenações superaram os votos formulados em sentido contrário, mostrando assim da perfeita condução dos trabalhos por parte do Ministro Ayres Britto. Há casos até de unanimidade em condenações, assim como da liberação do doutor Luiz Guchiquem, isentando-o de qualquer crime dos
indicados no processo da Ação Penal 470.

          Quero me desculpar, publicamente, pelas conclusões a que cheguei quanto ao resultado desse julgamento, reafirmando minha certeza de que a maioria decerto suplantará qualquer entrave no decorrer da ação e mandará, pelo menos nas sentenças, os culpados para a cadeia, respeitado, é claro, todo o ordenamento jurídico do país.

          Penso, todavia, que como já existem votos suficientes pela culpabilidade de alguns réus e consequente condenação, as sentenças poderiam ser de logo elaboradas, dando-se prioridade à dosimetria das penas, a fim de que eventuais candidatos sejam proibidos de concorrer no próximo pleito eleitoral, até mesmo porque como não pode haver recurso das decisões, pois o STF é a última instância, teremos que o processo se dará como coisa julgada, transformando-se as
decisões em lei.

          Desculpem-me doutores do STF. Recebam meus parabéns pelo trabalho até aqui realizado, e também minhas mãos em palmatória.
 
Ansilgus
ansilgus
Enviado por ansilgus em 31/08/2012
Reeditado em 31/08/2012
Código do texto: T3857893
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