I N T E R E S S E..........

O interesse move o mundo. Pode parecer, ao falar-se o vocábulo, que em suas entranhas está o indevido. Não é assim. É legítimo ou ilegítimo o interesse. O interesse é revestido de conceito. Como o preconceito que estabelece enorme confusão, assim se dá com o interesse.

Preconceito é positivo ou negativo, um preconceito negativo é discriminatório, discriminação. Fala-se preconceito como se já discriminasse, levasse em seu conteúdo a discriminação.

Ele tem preconceito...qual? Positivo ou negativo. Se estamos tratando de minorias, cor, etnias, etc, e dizem "ele tem preconceito quanto isso", colher da oralização o que dispõe a pessoa negativamente é indicativo, mas é preciso definir, por isso melhor dizer “ele discrimina”, ou ele aprova ou nada tem contra, ou respeita. Ou complemente-se, “tem preconceito contra isso ou aquilo, negativo, execrador, repulsivo, etc”.

Tenho prévios conceitos em gênero, preconceitos de bons valores que elejo para educar meus filhos e seguir minha vida, contrariamente ao que entendo como preconceitos que valoro e avalio como negativos previamente.

“Preconceito. O preconceito é uma opinião sem julgamento. Assim, em toda a terra, se inspira às crianças todas as opiniões que se quiser, antes que elas possam julgar. Há preconceitos universais necessários, e que constituem a própria virtude. Em todas as partes ensina-se às crianças a respeitar, a amar os pais, a considerar o roubo como um crime, a mentira interesseira como um vício, antes que possam imaginar o que é um vício e uma virtude. Há, portanto, preconceitos muito bons, são aqueles que o juízo ratifica quando se raciocina. Sentimento não é simples preconceito, é algo muito mais forte. Uma mãe não ama seu filho porque lhe foi dito que deve amá-lo; ela o ama profundamente mesmo contra sua vontade.” Voltaire; Dicionário Filosófico.

Assim é o interesse, mola do mundo. Disse certa vez, “via antena”, internet, que até mesmo na amizade (sentimento), sem nenhuma materialidade sob enfoque, amizade pura, em sentido estrito, há interesse. Houve espanto..... eu não me espantei com o espanto.

O interesse move o mundo e por isso é regulado por normas, pois o “direito é o interesse protegido pela lei, econômico e moral”, esta a melhor definição do direito como ciência.

E tem também um lado exclusivo no interesse, o imaterial, moral e subjetivo, de estar também ao lado de um amigo(a), por exemplo, que traga bem estar e satisfação, prazer em momentos lúdicos.

Quem elege amizade desta ou daquela pessoa faz escolha, por interesse. Estamos diante do interesse que traz alegria, prazer no diálogo, afinidade de gostos, mesmos ideais. Não se cogita de ser “interesseiro”, pejorativo que descamba para o lado material.

Pergunto, alguém gosta de estar ao lado de uma pessoa que além de não ter afinidades é inconveniente, dispersa quando você a ela se dirige, não ouve, etc. Ter “amigo” ou conhecido por outros fatores que não o eletivo, ocorre, mas a amizade se torna puro conhecimento, sem admiração.

E quantos conhecimentos, com grau maior ou menor de amizade, se existem, se rompem ou são neutralizados por esse fator, interesse.

Ninguém gosta de sentar na mesa destinada a alegria para sufragar desencontro, desídia, indiferença ou discórdia.

Do interesse é filha a vontade, com a variação para o bem ou o mal. Do interesse frutifica o altruísmo e o egoísmo, a probidade e a improbidade, o amor e o ódio. O interesse e a vontade estão enlaçados.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 30/08/2012
Reeditado em 30/08/2012
Código do texto: T3857668
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