Eleições

Seja na fila da padaria, nos bares, nas agências bancárias ou igrejas, o assunto que pondera são as eleições municipais. Decidimos no dia 07 de outro o rumo de nosso município, outorgamos o poder de representação para homens e mulheres, que no executivo e no legislativo irão tratar de normativas de interesse de todos. Mas este ato de democracia, onde debates de projetos deveriam se fazer presentes, esta se desgastando e tomando um rumo sórdido. Os projetos esquecidos e as críticas nada construtivas em evidência. Não é esta a política que queremos, e tão pouco os representes que almejamos.

Também é nestes lugares públicos que vem a descrença em forma de palavras, daqueles que já não mais acreditam, e acabam por se unir a outros com o propósito de anular o voto. Mas não é a solução anular o voto. Anular o voto e abdicar de nossas obrigações. É passar adiante um direito também nosso. É fazer do outro um instrumento de responsabilidade alheia. Anulamos o voto, e desta forma anulamos o nosso interesse por educação, saúde, trabalho, saneamento básico, e tantos outros direitos nossos que urgimos para que sejam assegurados. A política esta relacionada a tudo isso, tudo isso esta relacionado à política.

Desligar a TV e o rádio quando é anunciado o horário eleitoral, acumular as lixeiras com os “santinhos”, virou rotina na vida de tantas pessoas. Estes atos estão regados à descrença, provinda de quem muito já esperou e assiste a passagem de escândalos de corrupção, onde histórias da vida real se confundem com a trama da novela das oito. Os políticos tidos como idôneos e símbolos de honestidade acabam por estampar jornais, e serem coadjuvantes daqueles que tínhamos repúdio. A corrupção presente na política, que grita nos ouvidos do eleitor, é a mesma presente na sociedade. É corrupto aquele desvia um milhão, e de igual forma, aquele que desvia um real. A proporção de valores é diferente, mas o ato se configura da mesma forma. Trocar nosso voto por dinheiro, é corrupção. Corrompemos-nos, abraçamos as cifras e abandonamos a dignidade, compactuando “sem querer querendo” com a corrupção, esta que tanto julgamos ser errada.

Eu, ciente do meu dever, com minhas 2 décadas vividas sei da importância que possui o voto.Assisti e li muito sobre corrupção, mas também conheço muitos bons políticos, que não estampam mídias justamente por serem bons.A velha história do joio e do trigo, vamos separar.Não pudemos generalizar! No dia 7 iremos comparecer as urnas e votar conscientemente nos candidatos que bem podem nos representar. Avalie cada um, com olhar crítico. Avalie suas propostas, suas ideias, seu passado e presente. Em 2013, um novo cenário político irá se configurar, com nomes novos e outros já conhecidos. Sejamos protagonista no desfecho desta nova configuração. Desdenhamos os ruins. Evidenciamos e damos crédito aos bons. A inércia a política de nada combate a corrupção, apenas fomenta. Façamos valer o instrumento que nos foi dado. “O que me preocupa não é o grito dos maus, é o silêncio dos bons” (Martin Luther King).