PROFESSOR, PARA QUÊ PROFESSOR!?
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Professor, para quê professor? Essa é a pergunta diante de tantas diferenças salariais no serviço público, se tudo começa em sala de aula com um professor!
Durante a longa greve de servidores públicos, algumas coisas ficaram cristalinas à sociedade, merecendo uma melhor reflexão, como a exorbitante e incompreensível diferença salarial entre servidores públicos que trabalham no processo de arrecadação financeira para o Governo Federal em relação aos dos professores com doutorado das universidades públicas. É impossível entender a diferença as essas duas categorias e entre os policiais rodoviários federais também, muitos com pouca formação acadêmica, suficiente, talvez, só para passar em concurso público.
Historicamente, o Governo Federal sempre incentivou e priorizou ao pagamento de bons salários as categorias que representam o braço armado na cobrança de impostos e taxas, a fim de evitar que se envolvam com corrupção, o que nem sempre consegue, desprezando a dos professores, que formam essas outras categorias. País que se quer entender como desenvolvido, tem a obrigação de investir mais e melhor em seus professores! Do contrário...!
Como justificar a diferença entre o salário de pouco mais de 13 mil reais pago a um auditor fiscal, com o de um de pouco mais de 7 mil para a um professor doutor de universidade pública? Nada contra o salário dos auditores fiscais que recusaram a proposta de aumento salarial de 15,8% do Governo Federal, dividido em três anos, mas o sistema educacional em todos seus níveis deveria ser mais valorizado!
Enquanto o direito de greve dos funcionários públicos, previsto na Constituição, não for regulamentado com critérios de limites, responsabilidades e punições e um Plano de Cargos, Carreiras e Salários não for elaborado, aprovado e implantado, os abusos e as distorções salariais continuarão existindo. É preciso um plano estratégico para recuperar os salários dos professores e, gradativamente, ir corrigindo esse disparate salarial.
Um país que quer entrar para os países desenvolvidos do primeiro mundo não pode negligenciar seus professores, tratando-os como se fossem meras peças invisíveis e sem importância à formação de todas as outras carreiras de Estado. A presidente Dilma Rousseff quando assumiu, prometeu melhorar o salário para as consideradas “Carreiras de Estado”, mas só aumentou o salário para as “carreiras que arrecadam” para o Estado, mas esqueceu de todas as outras, como se também não fossem importantes.
Pela lacuna existente no processo de regulamentação do direito de greve para o funcionalismo público desde 1988, previsto e aprovado pela Constituição, o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Eros Grau, determinou que o funcionário público siga as mesmas regras da iniciativa privada porque a população não pode ser prejudicada pela parada dos serviços essenciais.
Foi uma tentativa do STF de impor limites à greve, que continuam prejudicando a toda sociedade de um modo geral, legítima patroa dos “servidores públicos” são contratados e nomeados para “servir ao público” e não “servir” aos seus quase legítimos interesses, com “operações padrões” em rodovias, portos e aeroportos, que depois desaparecem e vira tudo de novo um “jeitinho brasileiro”.