"EU SOU MINHA ALMA..." VOCÊ NÃO PODE MORRER.

Você não pode morrer...

Condenado a morrer ingerindo veneno, Sócrates viu seu aluno mais dedicado, Críton, facilitar sua possível fuga comprando os soldados que vigiavam o cárcere, ao que o filósofo recusou, dizendo: um pouco de veneno não pode dar cabo de mim, e puxando a pele e batendo na cabeça dizia, isso é matéria, EU SOU MINHA ALMA, nada pode acabar com ela.

Somente para exemplificar, logo que Sócrates foi sábio e Jesus, Filho de Deus. Ambos não escreveram uma só palavra, e a escola socrática ficou conhecida por Platão divulgá-la.

O pensamento de todos, a passagem boa ou má, está inscrita de forma indelével na alma, QUE NÃO MORRE. Você não pode pegar seu pensamento, imaterial, SUA ALMA, QUE IMPULSIONA SUA VONTADE, dirige sua vida para o que presta e o que não presta.

Não importa sermos esquecidos (NOSSO ATOS NUNCA SERÃO ESQUECIDOS PELA ETERNIDADE) até mesmo no círculo da sucessão, da família, em gerações da posteridade. O que releva é o que fizemos e a razão desse fazer ou não fazer. Somente os tacanhos, rudes que entendem por vezes terem sensibilidade, podem achar que tudo acaba.

É próprio da insensibilidade, a falta de intimidade com as grandes verdades inacessíveis à mera razão lógica, ainda que a lógica trace caminhos e os cegos não possam enxergar.

Os gênios como Sócrates, Dante Alighieri, Newton e tantos outros, para não falar no Homem-Deus, Cristo, não foram pessoas de discernimento curto. Só os curtos tem essa estreiteza, e já pagam por ela nesse ciclo material.

Sócrates no século IV a.C., já sinalizava com a maiêutica o conteúdo máximo da expressão da verdade na investigação filosófica. É o encontro da consciência com a verdade. Tem origem na verdade interior.Daí a dificuldade da maiêutica na sua real dimensão encaminhar os espíritos menores para o “nosce te ipsum”, conhece-te a ti mesmo.

Muitos não querem se conhecer, a imagem que têm de si mesmos é pura calamidade, de ação e omissão.

Antes de operar certezas universais, temos de ser verdadeiros em nossa realidade existencial e interior. Dessa verdade diz o tempo, como no memorialismo detalhado de Proust.

O “nosce te ipsum” socrático – “conhece-te a ti mesmo”, persevera na procura e no encontro das verdades universais, onde o orgulho e a mentira não têm assento, e a humildade se faz alicerce.

Maiêutica é verdade de um humilde, que contrariando o orgulho, vivia de esmolas e alijou a soberba, coisa para poucos; Sócrates. E decretou para os tempos deixando sua vida material fluir serenamente para a eternidade sob a razão maior de que

EU SOU MINHA ALMA.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 29/08/2012
Reeditado em 29/08/2012
Código do texto: T3854818
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