Uma atividade prazerosa

Os tempos modernos estão cada vez mais agitados.

Hoje, observei e quase filmei duas mulheres (bem aparentadas) trocando xingamentos por um motivo banal e isto às 06:00 horas da manhã.

Imaginei: Meu Deus, mal começou o dia e elas já estão assim? Que vida é essa?

Não sorri dentro em mim, até porque não vi motivo algum diante daquela cena vexatória. Pelo contrário: Fiquei reflexiva e com piedade delas.

Por pouco não as apartei. Alguém interveio naquela chata cena. Mas que foi feio, ah isto foi! Uma lástima!

Prossegui minha jornada cotidiana, mas cá com meus botões, pensei: A correria diária, as muitas atividades das mulheres na atualidade, os muitos compromissos, as cobranças e metas exaustivas impostas mensalmente e as intermináveis atividades do lar, findam por deixar o 'frágil sexo forte' com os nervos à flor da pele.

Percebo isto!

As mulheres (jovens, adolescentes e até idosas) estão mais aflitas atualmente. Tenho observado isto e falo com bases sólidas.

Junta: TPM, problemas familiares, problemas no âmbito do trabalho, trânsito caótico (sim, porque trafegar aqui em Recife exige uma dose exagerada de paciência), compromissos inadiáveis e outros fatores que não me vêm à mente neste instante, é notório que há algo errado, desconexo com a qualidade de vida dessas mulheres, num cômputo geral.

Não raro, encontro com uma desesperada pelas esquinas da vida. É incrível como sou abordada por pessoas assim. Tenho um imã, um magnetismo inenarrável. Gosto disto! Sinto-me útil e mesmo falante que sou, emudeço, ouço seus descontentamentos, e, se me for pedido uma opinião, sou prudente o suficiente para orientá-las a buscarem ajuda de um especialista.

Sou precavida e já ando com uns tranquilizantes homeopáticos na bolsa, pois caso eu me depare com pessoas desestruturadas, desorientadas, desesperadas e/ou depressivas, ofereço uma drágea, converso olho à olho e tendo tranquilizá-las.

Sou assim mesmo: Gasto tempo com gente!

Faz parte do meu DNA me preocupar com o meu semelhante.

Certa vez, numa sessão de análise, a psicóloga me questionou: Você cuida muito bem dos outros. E você cuida igualmente de você?

Resisti, emudeci e pedi para responder depois...

Passados alguns dias, pude refletir e respondê-la: Cuido de mim, mas você precisa entender que um pedaço meu está distribuido entre meu semelhante!

Foi a explicação que achei mais apropriada e conveniente, além de justa e correta.

Realmente, nasci para servir.

Cuido muito de mim, mas se apenas olhar para meu umbigo (inflar meu ego), sinto-me um zero à esquerda, uma carcaça de ser humano, uma fraca travestida de 'mulher resolvida'.

Nesta crônica, a mensagem chave que gostaria de transmitir para os amigos, leitores e apreciadores dos meus 'rabiscos', é que minha atividade prazerosa é servir! Servir apenas por servir! Nada mais!

Já é o bastante!

O coração sorri!

Aproximando-se a noite, meio exausta, mas feliz, leio uns trechos bíblicos revitalizantes, deito no meu leito aconchegante e simplório, reclino minha cabecinha no travesseiro e digo com franqueza à minh'alma: Mais um dia de vitórias e a serviço e benefício de muitos.

E assim, sigo minha trajetória até o dia que Deus permitir.

Lanço neste momento uma pergunta que não quer calar:

Qual a sua atividade prazerosa na atualidade?

Fátima Burégio
Enviado por Fátima Burégio em 28/08/2012
Reeditado em 29/08/2012
Código do texto: T3854080
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.