QUERO O DIREITO DE ME SENTIR TRISTE

Quero ter o direito de me sentir triste e quero vivenciar isso. Quando eu era criança, adolescente tinha dias que eu estava completamente triste. Nesses dias, ficava pensativo, tentando entender onde eu errei, onde eu acertei e onde eu deveria mudar. Ora, para ficar pensativo, querer me entender, eu tinha que está “pra baixo”, triste... Não, não era depressão. Aliás, tudo hoje é depressão...

Quero ter o direito de me sentir triste para resgatar a alegria, o otimismo e a vontade de viver e vencer. A primavera só chega depois de um inverno e o verão só nos aquece depois das flores desabrocharem na primavera. Quero ter o direito de me sentir triste para recusar tomar anti-depressivos, remédios naturais para isso ou para aquilo, vitaminas... Quero trabalhar a minha tristeza e pronto! Sem muitos milagres e falsas promessas.

Quero ter o direito de me sentir triste para amanhã eu acordar feliz e vivenciar cada minuto da minha vida. Sentir que é natural os dois estados de sentimentos e que precisamos entendê-los, pois são eternamente passageiros...

Não quero fingir felicidade nas Redes Sociais, no trabalho e no dia-a-dia, quando estou em um momento em que a tristeza é primordial para me restabelecer, me convidar para uma mudança prática. Pensar nos velhos e novos valores, repensar na ética esquecida e na verdadeira inocência e coerência de uma criança.

Enfim, quero ter o direito de me sentir triste sem nenhuma demagogia e, muito menos, para ter olhos contemplativos e penosos para comigo. Quero à noite refugiar em minha cama, nas minhas palavras e nas minhas ideias para reconstruir cada amanhecer. Só assim, saberei quem eu sou e qual a minha verdadeira missão como homem, filho de Deus.