DIFÍCIL CAMINHADA...

“A cada desvio de dinheiro público, mais uma criança passa fome, mais uma localidade fica sem saneamento, mais o povo fica sem educação e mais hospitais ficam sem leitos”. Luiz Fux, Ministro do Supremo votando no “mensalão”.

“Quem vivencia o ilícito procura a sombra e o silêncio. O pagamento da propina não se faz perante holofotes. Atividade das mais espúrias, aproveita todas as formas de dissimulação”. Rosa Weber, Ministra Do Supremo votando o “mensalão”.

Em furacão que tenta vencer resistências o direito vai mostrando sua realização, em todo o mundo, embora de forma sofrida, mediante luta, a histórica luta do bem contra o mal.

Diria com Luiz Fux, antigo colega do Rio de Janeiro, que muitas crianças passam fome, muitos doentes são aniquilados, mortos por falta de assistência, a educação do povo é quase nenhuma, saneamento, puro luxo de alguns. Por desvio gigantesco de recursos públicos, cujo alcance enorme poucos conhecem. Basta apontar a ponta do iceberg, o meio bilhão acertado devolver por um ex-senador....ao cofres federais, semana passada.

Rosa Weber identifica as práticas espúrias como distantes dos holofotes. Sim, são atos clandestinos que só vêm à publicidade por delação como acontecido e por isso processado e julgado. Imaginem o que continua clandestino e como gostam de fazer, “varrido para debaixo do tapete”. Tem dado certo....

Como tartarugas caminhamos para a originária razão da inteligência do homem, o bem, a bondade, a recusa da injustiça.

Ouvi satisfeito a sensibilidade da Ministra Carmen Lúcia afirmar, “O Brasil está mudando”. QUE BOM!!!! Melhor ainda, ouvir essa proclamação de mulher preparada, de uma oralidade feminina, que hoje preside o Tribunal Superior Eleitoral, o sexo que passou a ter direito de votar pela Constituição de 1934, não tão longe assim, a única arma legítima da cidadania. E sob patrocínio de Constituinte que se fundou na basilar Constituição de Weimar, alemã.

O direito segue toda nossa existência, ainda vida intrauterina, e depois dela, com a morte, quando se extingue nossa personalidade civil.

Somos sujeitos de direito antes de nascermos, representados “por quem de direito”, como apontado pela lei, e depois de morrer, também presente a representação.

Antes de nascer, os direitos do nascituro estão presentes, não só os patrimoniais, como também o direito futuro de conhecer seus pais, direito de dignidade, como manifestei em crônica diante da contrariedade a esse direito nas fertilizações “in vitro”, tornando impossível conhecer a paternidade, como feito recentemente por homoafetivas, com sêmen de banco anônimo.

E estão presentes os direitos depois de morto, na vontade manifestada quando vida existia, como na sucessão testamentária, por legados. Execução dos testamentos, ato de última vontade.

Somos todos “sujeitos de direitos”, e o maior deles, o de cidadania, concentra os expressivos e máximos direitos individuais, rompidos com desvios públicos.

E HÁ QUEM TENHA A CORAGEM DE DIZER, COMO NOTICIADO NA MÍDIA, QUE O “MENSALÃO NÃO EXISTIU”.

SUBESTIMAR A INTELIGÊNCIA DOS CIDADÃOS QUE AO MENOS LEEM JORNAIS, COMPREENDE-SE, É ATO DE NENHUMA INTELIGÊNCIA... NESSAS HORAS LAMENTA-SE SER BRASILEIRO....

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 28/08/2012
Reeditado em 28/08/2012
Código do texto: T3853415
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