A Raposa e o Galinheiro
“... em lagoa que tem piranha jacaré nada de costas...” (Lalau).
Tenho um compromisso comigo mesmo de não discutir assuntos que estejam sendo explorados pela Mídia. Mas desta vez está difícil escapar de tal promessa.Trata-se do julgamento dos acusados no episódio, por todos conhecidos, como MENSALÃO. Fiquei mais tranquilo quando li um texto de um historiador cujo nome não me recordo,dizendo que isto sempre aconteceu e que seguramente continuará acontecendo. O assunto,portanto, nunca perde o prazo de validade por causa da época em que estiver acontecendo. Por não ser especialista em assuntos jurídicos fico sempre devendo ao Primo Policarpo por impertinentes questões. Pergunta ele se os crimes cometidos são dolosos ou culposos. Para mim, caro parente, doloso é quando o acusado tem noção clara de suas intenções (matar por exemplo). Culposo é quando não tem clara essa intenção. Aí o curioso filho de minha tia, vai mais fundo: Apropriar-se indebitamente do dinheiro público tem que tipo de intenção? Confesso que só mesmo especialista em leis, com muito cuidado, pode responder. O fato aconteceu porque o pessoal do Governo, usando dinheiro público, comprou votos de Deputados e Senadores a favor de projetos do Governo. Entra novamente meu parente pouco distante e dispara: Se por natureza tudo que é do governo visa o benefício do povo e cabe aos legisladores defender os interesses desse próprio povo por que então comprar votos? Quem é mais culpado: quem compra ou quem vende? Aí meu Anjo da Guarda que estava de plantão não aguenta e manda ver: Só tem quem vende onde tem quem compra!!! Interessante é a presença de espírito do Caipira. Outro dia na feira estávamos conversando sobre o mercado de políticos e, ironicamente, brinquei com um famoso Caipira amigo meu, o “Zé batista”: Mostrando-lhe uma moeda de 25 centavos perguntei-lhe se aquele dinheiro dava pra comprar uma vereador. E de pronto o danado respondeu: Acho que vc vai ter problema. “ELE NUM VAI TÊ TROCO... Bom, acho que temos argumentos de sobra para afirmar que existem dois grupos de acusados com cargas e pesos iguais. Mas o famoso Primo ainda não se cansou e nem ficou satisfeito: E não tem mandante nesse crime? Antes que alguém esboçasse uma resposta, o Anjo respondeu: Claro que tem! É mandante quem escolheu na sociedade os elementos do nefando time. O Povo! Se não estivéssemos na praça o teto teria vindo abaixo. Acalmados os ânimos, chegou-se à conclusão de que o maior culpado foi quem contratou a raposa para tomar conta do galinheiro. Não contente com sua riquíssima participação até agora, o primo Policarpo mandou a última: E quando é que o Povo vai ser julgado? (oldack/05/08/012).X