CONSCIÊNCIA DA UNIDADE.

"A consciência da Unidade, a única que importa"; é axioma garimpado nas profundezas da alma.

Só se comunica e se encontra no silêncio essa unidade representativa de tudo que somos e viremos a ser na amplitude do cosmos impulsionados pela eternidade. Assim procuro entender, absorver e vivenciar.

Era o credo da unidade ao qual se entregou Rámana Maharshi, falecido em 1950. Viveu em Tiruvanamalai. Sua magnífica experiência de misticismo invulgar se revestiu de caráter excepcional. Era um herdeiro de dons.

Herdar dons é como possuir a terra como um justo, reconhecendo nosso direito natural e de nossos irmãos. Minha exortação, desse passo, e desse ponto, por isso tímido em alcances como polo irradiador para o propósito, primeiramente dirige-se àqueles que teriam dons da inteligência favorecidos e o destino de guiar destinos.

Vale para os que leem a mensagem que pode chegar no estuário da vida, sem pretensão, à foz que leva ao mar da unidade: os governantes que detém o poder temporal.

Para tanto, haveriam de cuidar do interior com devoção e assim espera a ordem natural que segue sua rota e o Pai, que é Senhor da grande mãe, a natureza, da qual somos seus principais frutos, seus filhos dotados de inteligência, o “logos”.

NÃO EXISTE OUTRO CAMINHO PARA A REALIZAÇÃO DA HUMANIDADE; O RESPEITO À DIGNIDADE HUMANA.

Esse respeito deve partir de dignitários que conduzem os destinos dos homens. Não é o que se vê.

A angústia da morte que RÁMANA MAHARSCHI , procurou viver pela imaginação, levou-o a uma iluminação tão grandiosa que ele parecia já não pertencer a este mundo.

Penetrou no silêncio, porque "a consciência da Unidade, a única que importa", só se comunica no silêncio. Seu reconhecimento espiritual se dimensionou extremadamente. Era um símbolo da mansidão, da mansidão que transmite a paz para todos e doa a inteligência que fez de alguns guias do destino de muitos.

Ser manso não é ser fraco e inativo, é trabalhar tal estado em seu interior na eloquência do silêncio, que deve ser diserto para que todos ouçam, paradoxalmente. Os grandes mestres só se comunicam para ensinar.

O homem que encontrou o seu eu é necessariamente manso, logo que afasta qualquer violência e repele reações intempestivas, tanto físicas como mentais, e nada retira do direito natural das pessoas. Vive na paz da consciência, mansamente, como um justo.

A força espiritual, marcante, visível a todos, exercida com tranqüilidade que contagia a sua volta, sobranceira e superior sem ser vaidosa, brilhando dos altiplanos da serenidade, faz escola. Há nessa postura um imperativo de sobriedade.

Veste-se o manso de irradiante serenidade e de força, e em decorrência desse estado espiritual torna-se invólucro da sabedoria, enriquecendo o entendimento e possibilitando a compreensão, aproximando os desiguais e revelando os iguais, trazendo finalmente a paz na harmonia ensinada.

Os mansos ouvem, respeitam a opinião contrária, assimilam a mesma com sabedoria e máximo respeito, situando os pontos de conflitos, clareando-os e tornando-os harmônicos.

A mansidão anda de braços com a civilidade, com o silêncio, com a meditação, com a voz do interior, desarmada, enfim com a presença do desconhecido sempre questionado interiormente na certeza de Deus, força além da compreensão que não se pode provar pela forma, mas que nos chega pelos sentidos e pela razão, enfim pela fé. É a certeza da unidade.

A resistência a não violência em todos os sentidos, da física à violência civil que subtrai direitos legítimos, naturais, apaga reações, estimula o diálogo, torna possível o equilíbrio, sendo uma das maiores virtudes do homem.

TUDO DECORRE DA UNIDADE DO QUE É SAGRADO E DIGNO, A VIDA..

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 28/08/2012
Reeditado em 28/08/2012
Código do texto: T3853054
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