PESSOA UM POUCO BOA

Amo a natureza com seus mares, rios, florestas, com seus animais selvagens e com os que comungam seus dias com os homens, assim como as plantas e as flores, próximas e distantes; amo os meus amigos (virtuais, reais, são todos reais); e à minha mãe, e à minha sobrinha e à minha cunhada, também ao meu irmão. Amo as pessoas da minha família. Amo o meu amor e amo os que amam o meu amor e por ele, meu amor, são pessoas amadas, também. Amar, às vezes, é coisa espontânea, outras vezes,amar é edifício a ser construído, desde as raízes. Nem sempre ajo do melhor modo com os seres que amo e me sinto sempre em falta com eles, pela quantidade de erros que cometo.

Oro, todas as noites, ao Pai e à Mãe, por cada um dos meus amores, espontâneos e construídos. Oro por todos,a cada um pelo próprio nome. Oro também por mim. A mais importante das minhas orações é por quem não me pode querer bem - e eu o compreendo ou tento, todos os dias, compreender e aceitar tal fato, talvez, talvez irreversível. Acho que sou uma pessoa um pouco boa, ao menos penso que seja uma pessoa que pretende tornar-se melhor, um pouquinho melhor, a cada dia, que essa coisa de se tentar melhorar a si mesmo demanda um trabalho interior "daqueles". Às vezes, chega a ser um trabalho terrível. Atravessar as florestas e os rios de dentro é sempre algo perigoso, perigosíssimo, como já o disse Guimarães Rosa sobre o ato de Viver, com a mais absoluta precisão.

No início da tarde de 27 de agosto de 2012.