Como Tudo Começou
Conheci a Bahia, pela voz de Maria Bethânia! Foi um impacto! Talvez, o maior de minha vida, pelas consequências que teve. Por ela, vieram os outros: Caetano, Gal, Gil, Caymmi...! Junto com este doce bárbaro time, pela literatura, minha alma foi invadida por Jorge (muito mais que) Amado! Lia um livro em um dia... Depois, voltava e saboreava, mentalmente vivenciava frase a frase, imagem a imagem, emoção por emoção... Quanto chorar, pela identificação com os sentimentos das personagens. Sentia na pele a dor das mulheres de pescadores, cantando pra Iemanjá, para ela devolver seus homens... Os Capitães de Areia!!! A Tenda dos Milagres!!! Este tem uma historinha: morava em Jundiaí. Tinha ido à Sampa pra namorar. Acontece que a criatura iria trabalhar naquela noite. Trabalhava em turnos, que eu nunca consegui decorar, ou entender a lógica... Fui ao Vale do Anhangabaú, entrei, acidentalmente em uma livraria, grande, bem iluminada... Dei de cara com uma pilha de “Tenda dos Milagres”. Havia chegado naquela semana. Comprei. Fui para o apartamento e fiquei lendo a noite toda. Que experiência!!! Quando amanheceu o dia, ou quando eu o percebi, minha baianidade estava transbordando em meus poros. Mal sabia eu, que ela vingaria e me traria, de volta pra casa... A que escolhi!
As complicadíssimas letras de Caetano, meus amigos recorriam a mim, para entendê-las. Fazia verdadeiras traduções para eles. Mas, nunca entendia bem, nunca aceitei bem a dificuldade deles, pois, pra mim, eram tão claras!! São tão belas! Explicam em si!! Adorava suas contestações, seu lado preocupado com o todo. Sua fome de liberdade. Adoro, até hoje, com um respeito profundo, sua genialidade. Tenho certeza que não é mole ser Caetano Emanoel Viana Telles Veloso!!! De Gal Costa sempre admirei a coragem de colocar a voz, o corpo, a alma, em lugares incomuns. A ousadia! A estonteante sensualidade! Gilberto Gil, pra mim, sempre foi e sempre será sinônimo de “luminosidade efervescente”. Sua disponibilidade para a alegria é quântica! Seu sorriso luminoso, sua inteligência brilhante, fazem parte da história da Música Popular Brasileira.
Muito tempo depois, voltei no tempo e fui apresentado ao inacreditavelmente doce Dorival Caymmi. Um fenômeno, enquanto ser holístico. Um ícone da sensibilidade brasileira. Um cavalheiro! Um Homem com H maiúsculo. Um exemplo! Um melodioso templo!
Acompanhei o que pude, de todos, dando preferência, com evidente reverência, à arte de Bethânia. Comecei a trabalhar com 13 anos de idade, no Auto Posto e Restaurante Santo Antônio, na via Anhanguera km 65 – Jundiaí – SP, que meu pai havia comprado. Com 15 anos comprei ingressos para minha irmã 15 anos mais velha e para meu cunhado (eles tinham que me levar) para assistir meu primeiro show em teatro de Bethânia: “A Cena Muda” . Comprei ingresso na fileira A do Tuca em Sampa! Será que vocês conseguem visualizar o estrago? kkkk Misericórdia! Eu era só um menino. Nada sabia de coisa alguma. Tinha estudado até o ano anterior em Colégio de Irmãos Maristas!!! Católicos!!! Caretas!!! Rsrs Conheci ali, a canção Sonho Impossível – versão de Chico Buarque. Ela terminou de cantar na beiradinha do palco, exatamente na frente de onde eu estava. Só quem a viu ao vivo, pode imaginar a intensidade da cena.
Este é só um episódio de muitos que tenho pra lhes contar sobre o poder que a arte dela exerceu e, ainda exerce em meus sentimentos mais íntimos, mais relevantes.
O término, em poesia e música, no link abaixo:
http://claudiopoetaitacare.blogspot.com.br/2012/08/como-tudo-comecou-som-de-anunciacao.html
O término, em poesia e música, no link abaixo:
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