Esperança

O Sol nascerá todos os dias, e mesmo que a Lua não esteja visível todas as noites, ou que as estrelas não sejam visíveis por causa da luminosidade ofuscante, nós sempre saberemos que elas estão no firmamento. Não temos certeza de que nosso coração baterá hoje a noite para vê-las, mas elas estarão lá. Nós apenas guardamos uma esperança, porque queremos ver a Lua e as estrelas, todos os dias.

E para sempre.

Talvez num dia especial, o céu fique repleto de estrelas cadentes, e muito provavelmente fecharemos os olhos com força e cruzaremos os dedos, na esperança de que, dessa vez, as coisas deem certo e seu desejo vire realidade.

Afinal, não custa nada tentar.

Uma noite talvez fiquemos acordados até o sol nascer, só para sentir o gelado da noite ir embora e para sermos tocados pela luz e calor do Sol. Às vezes faremos isso só para admirar a alvorada, ou às vezes porque precisamos saber que não estamos repletos de esperanças vãs.

E então fecharemos os olhos e nos permitiremos um momento para sentir a aconchegante companhia do sol.

Mas claro, há as noites de chuva, quando não podemos ficar do lado de fora para ver o sol - e mesmo que saibamos que ele não aparecerá, porque só há água gelada do lado de fora de casa, nós guardamos a esperança de que haverá uma manhã ensolarada novamente. E nós esperamos.

Esperamos porque sabemos que nenhuma chuva dura para sempre. Mas ela tem de estar lá, para que possamos dar o devido valos aos desejos das estrelas cadentes, às manhãs ensolaradas de verão, às noites iluminadas de Lua cheia. E para que tenhamos esperança de que dias melhores virão.

Ainda há esperança?

Muito provavelmente. Ela é a única certeza que temos. Essa e a que, um dia, não poderemos mais ver as estrelas.

Mesmo que ainda guardemos a esperança vã de um "para sempre".