POSTERIDADE...

Vejo colocação de Nelson Rodrigues afirmando com sua sinceridade em dizer: “não me importo com a posteridade”, e deixando claro que a isso não dava a menor importância; ser lembrado.

A celebrização, a corrida para conquistá-la, é o mesmo que preocupar-se com a posteridade, ser lembrado por suas obras. São gêmeas siamesas essas vontades desaparelhadas de compreensão da vida como um todo. Um acanhamento inteligencial.

Realmente é um traço de fraqueza de personalidade por demonstrar desconhecimento com a natureza humana, e pior, pretender a glória.

Falta de mínimo conhecimento da história humana como um todo.

Os glorificados, todos, não tiveram essa preocupação, se ficaram imemoriais não foi por pretensão, principalmente os bons, foi pelo gigantismo da jornada, de suas jornadas para o bem, sem preocupação com a posteridade, suas inteligências não permitiriam tal inferioridade.

Lamentavelmente também, outros conhecidos pelo mal, genocidas como Hitler, lembrado pelo registro histórico, como em contrafeita posição é celebrado um dos maiores paraninfos da paz, João Paulo II.

São pontuais nos livros os que ficam imemoriais por gestos e obras, mas pouco conhecidos, menos ainda suas obras. Quem conhece história com largueza, filosofia, conquistas libertárias e seus movimentos? Uma pequena porção da população mundial.

E o quê isso importa? Nada, só importa no ponto em que fez crescer a humanidade ensinando, e ela claudica muito, e para tanto coletado, e desensinando, também acumulado como o que não se deve fazer.

A posteridade pertence a outro plano que os homens tentam explicar através de credos e fogueiras do sentimento ainda vivos e não conseguem. Mas existe a verdadeira posteridade, inexplicável e assim resta exemplar em fenômenos diversos nos que partem com jornada invulgar, como um Paramahansa Yogananda, que em trinta dias após a morte tinha o corpo hígido, incorrupto, e muitos outros monges que morrem sentados e assim ficam dias sem corrupção corporal, ou os santos católicos, já vi muitos, com corpos sem tratamento até hoje conservados por essa outra posteridade que não conhecemos.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 25/08/2012
Reeditado em 25/08/2012
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