OFICINA DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO.
Algum tempo dediquei-me a um trabalho voluntário numa rádio FM local. Aos sábados, das 14 às 15h, o programa A Arte da Palavra ia ao ar, ao vivo, com prosa, poesia e MPB. A convite do Padre Reinaldo, diretor da emissora, foi-me dado a liberdade para escolher o nome do programa, abrindo-me também uma exceção na programação essencialmente religiosa católica.
O programa se propunha a motivar os ouvintes à leitura e, através dela, conhecer autores e livros, gêneros literários e respectivos estilos individual e de época. Estreado em março de 2007, foi ao ar com a poesia de Murilo Mendes, obviamente com ênfase ao “Tempo e Eternidade”, uma das obras que marcaram a conversão do autor. Com esse propósito eu procurava não me distanciar da linha central (evangelizadora) da emissora, entendendo que num contexto literário há sempre alguma mensagem positiva, mesmo que não propositadamente espiritual. Daí foi uma longa e variada série de autores, desde a prosa barroca com Padre Antônio Vieira, aos romances regionalistas e modernisats, mas, predominantemente a poesia, por proporcionar-me, em curto tempo, quantidade variável de textos e poder comentá-los.
Daquela série de apresentações não me é possível nominar todos os autores, mas, não só atendeu ao meu gosto, como também às solicitações dos ouvintes. Creio que durante mais de dois anos os principais representantes das literaturas brasileira e portuguesa foram tema. Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, João Cabral de Melo Neto, Geir Campos, Ferreira Gullar, Fernando Pessoa, Camões, Florbela Espanca e muitos e muitos outros, inclusos na prosa os contos machadianos e textos de Clarice Lispector. Para cada autor eram escolhidas músicas adequadas à temática, e isso me proporcionou um belo trabalho de pesquisa à MPB. Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Geraldo Vandré, Torquato Neto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, sem esquecer um Cartola, um Nelson Cavaquinho e tantos outros.
Mas o programa acabou. Tive de sair por força de outros compromissos, numa época de muito estudo e obrigações profissionais. Creio haver cumprido a finalidade daquele projeto, sobretudo para muitos estudantes, e o que me deixou mais realizado: muita gente descobriu o fantástico mundo da literatura nela buscando livros e deles tornando-se leitores.
Agora, fui convidado a participar de um novo projeto voluntário, que envolve as artes em geral: música, pintura, dança e, claro, Literatura. Quando me ligaram, não vacilei e disse: quero montar uma oficina de leitura e produção de textos. Ninguém aprende a escrever sem o hábito da leitura. A gramática é uma ferramenta indispensável, mas inútil, se isolada. É a leitura que faz pensar. E a expressão do pensamento se registra com palavras. Saber usá-las é uma arte.
Algum tempo dediquei-me a um trabalho voluntário numa rádio FM local. Aos sábados, das 14 às 15h, o programa A Arte da Palavra ia ao ar, ao vivo, com prosa, poesia e MPB. A convite do Padre Reinaldo, diretor da emissora, foi-me dado a liberdade para escolher o nome do programa, abrindo-me também uma exceção na programação essencialmente religiosa católica.
O programa se propunha a motivar os ouvintes à leitura e, através dela, conhecer autores e livros, gêneros literários e respectivos estilos individual e de época. Estreado em março de 2007, foi ao ar com a poesia de Murilo Mendes, obviamente com ênfase ao “Tempo e Eternidade”, uma das obras que marcaram a conversão do autor. Com esse propósito eu procurava não me distanciar da linha central (evangelizadora) da emissora, entendendo que num contexto literário há sempre alguma mensagem positiva, mesmo que não propositadamente espiritual. Daí foi uma longa e variada série de autores, desde a prosa barroca com Padre Antônio Vieira, aos romances regionalistas e modernisats, mas, predominantemente a poesia, por proporcionar-me, em curto tempo, quantidade variável de textos e poder comentá-los.
Daquela série de apresentações não me é possível nominar todos os autores, mas, não só atendeu ao meu gosto, como também às solicitações dos ouvintes. Creio que durante mais de dois anos os principais representantes das literaturas brasileira e portuguesa foram tema. Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, João Cabral de Melo Neto, Geir Campos, Ferreira Gullar, Fernando Pessoa, Camões, Florbela Espanca e muitos e muitos outros, inclusos na prosa os contos machadianos e textos de Clarice Lispector. Para cada autor eram escolhidas músicas adequadas à temática, e isso me proporcionou um belo trabalho de pesquisa à MPB. Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Geraldo Vandré, Torquato Neto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, sem esquecer um Cartola, um Nelson Cavaquinho e tantos outros.
Mas o programa acabou. Tive de sair por força de outros compromissos, numa época de muito estudo e obrigações profissionais. Creio haver cumprido a finalidade daquele projeto, sobretudo para muitos estudantes, e o que me deixou mais realizado: muita gente descobriu o fantástico mundo da literatura nela buscando livros e deles tornando-se leitores.
Agora, fui convidado a participar de um novo projeto voluntário, que envolve as artes em geral: música, pintura, dança e, claro, Literatura. Quando me ligaram, não vacilei e disse: quero montar uma oficina de leitura e produção de textos. Ninguém aprende a escrever sem o hábito da leitura. A gramática é uma ferramenta indispensável, mas inútil, se isolada. É a leitura que faz pensar. E a expressão do pensamento se registra com palavras. Saber usá-las é uma arte.