OS HOMENS DA VIDA DELA

Acho que todo mundo tem, teve ou vai ter uma amizade de infância, caso esteja errado sobre esse fato, por favor, me desculpem e sinto muito porque as primeiras amizades são para a vida toda, ou deveriam ser, o que eu sei é que as coisas seguem, o tempo voa, e a vida continua apesar de certos apesares. Lembro-me o dia em que era aniversário da mãe dela, e queria que fizéssemos um bolo para a rainha dela. É. Ela é mesmo uma rainha, não dessas de conto de fadas que usa coroa, um vestido longo, tem seu espelho mágico ou que sai voando por aí, nada disso mas não deixa de ser uma rainha, admiro-a dos pés a cabeça, porém essa já é outra história. Estou aqui para falar dos homens da vida dela, já que hoje é dia do homem, e nada é mas propício do que contar um pouco sobre ela, já que teve algumas histórias um tanto quanto reais e digna de irrealidade ao longo desse tempo.

Sempre fomos amigos, desde muito pequenos, no pré, na primeira, segunda, terceira (...) e lá se vão anos até hoje, uns dez ou onze, todos carregados com muita sinceridade, companheirismo e afeto, eu também me considero um homem da vida dela.

Sei que tem dois pais, um de sangue do qual não faz questão de saber muito porque nunca foi muito presente, e seu padrasto, um bom homem, cheio de vitalidade em meio aos seus cinquenta e poucos anos, o marido que a mãe dela escolheu, e o pai que ela adotou, uma família linda, digna de dar inveja a muitos que vivem de fachada por ai. Sempre soube dos seus amores, paixonites, ficantes, e até mesmo dos grandes amores, quando se é amigo, você possui carta branca, pode falar o que quiser dar palpite, brigar, xingar, mais claro sempre com bom censo, se não vira discussão de esquina, briga de bar e bobice de criança. Gosto de brincar com a questão de que ela teve, tem, vai ter, continua tendo, sempre teve, nunca teve... Acabei me perdendo um pouco nessa história toda e sei que ela também já se perdeu um tanto

Seu primeiro namorado o qual marcou sua vida por muito tempo, era como o bobo da corte, lindo como esses galãs de novela, mas desconfortante quando abria a boca, eram poucas as ideias, poucos os assuntos, massacrantes os lenga-lenga, tudo isso para mim, não julgo ninguém e sei que seu coração é maior que sua própria beleza. Seu segundo e atual, é como um príncipe das histórias infantis, bonito, todo certinho, aquele que faz todas as vontades da princesa, tem boa índole, inteligente e tem um sorriso muito bonito também, diga-se de passagem, o homem que toda mulher procura e aquele que toda senhora se sessenta, setenta, oitenta anos sonhou ter um dia.

Pergunto-me de vez em quando, se tudo isso é real, deve ser é claro. Mais me pergunto mesmo assim. Sinto que às vezes o bobo da corte trazia uma satisfação maior, nada planejado, momentos especiais, coisa do acaso, coisa de hora, coisa que faz toda mulher se surpreender, não que o príncipe não faça tudo isso, mais é diferente, são sensações estranhas, são fatos e personagens que fogem do contexto, o príncipe é o que casa com a princesa de olhos azuis, castanhos ou pretos, não importa a cor do olhos, ela é uma princesa e ponto, o bobo da corte é o que faz o rei rir, não é uma personagem principal, e não está na história o tempo todo, as vezes é invisível, ninguém quer saber muito dele, ou quer e não diz, ou quer e não procura, ou quer e não se da ao desfrute de arriscar.

Minha amiga é mesmo uma grande sortuda, mais ela corre atrás do que quer, não fica parada, sentada, deitada esperando que o homem dos sonhos pule a janela, bata na porta, chegue de cavalo, limousine, ou com uma bicicleta enferrujada com uma buzininha espalhafatosa.

E você que está lendo, quantos homens tem na sua vida? Prefere o bobo ou o príncipe? Qual te faz tirar os pés do chão e te faz sentir como estivesse na lua? Lembre-se que contos de fadas por mais bonitos que sejam nem sempre duram para sempre, coisas simples são mais fáceis, menos complicadas, tem mais intensidade, mais beijo na boca, mais friozinho na barriga, mais romance, mais verdade acima de tudo.

Vanderlei Woytowicz
Enviado por Vanderlei Woytowicz em 25/08/2012
Código do texto: T3848291
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