Olhos de criança.

Hoje, quando vejo uma criança, penso nas árvores onde ela não pode subir, porque a devastação do meio ambiente não deixa.

Vejo mãos oferecendo drogas a essas crianças, destruindo a infância delas, os amigos imaginários, as famílias, a sociedade...Vejo mães aflitas, chorando pela perda dos filhos amados.

Penso como parar essa onda de lixo que é jogada sobre a vida e o mundo. Vejo as escolas sufocadas, por não saber o que fazer, diante de uma realidade tão gritante, pois, muitas crianças, antes de saberem escrever o próprio nome, já sabem manusear uma arma.

Olho as crianças, e as vejo como pássaros presos em gaiolas nas cidades. Tentam fugir, caem nas armadilhas de uma vida que lhes roubam a infância, os sonhos e o direito de correr livres pelos campos, plantando sonhos de arco-íris, brincando de bola, roubando manga do vizinho, labuzando-se e lambendo os dedos.

Olho para elas, com os olhos da criança que fui, tive direito a correr livre, a construir castelos e a admirar o arco-íris. Em casa, mãe e pai punham ordem, mas cuidavam de nós... Será que ainda há infância nesses corações dilacerados pela realidade?

valene
Enviado por valene em 24/08/2012
Reeditado em 29/10/2024
Código do texto: T3847876
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