A vida não para
A vida não para.
Mª Gomes de Almeida
Há exatos dezesseis anos fui acometida por exaustação e me vi jogada sobre uma cama, meus filhos um de quatro e outro de um aninho sob a responsabilidade da secretária da casa. Não estava em condições de cuidar nem mesmo de mim.
Sobrevivi!
Dores na coluna, pernas e pés. Uma enxaqueca que já era crônica. Quando menina/moça ela já me atormentava.
A vida não podia parar. Meus filhos em sua ingenuidade me queriam saudável, exigiam minha atenção.
Meu trabalho. (Sou professora do ensino médio) havia e há um currículo, um calendário a ser cumprindo independente da minha real situação.
Os filhos cresceram, já sobrevivem bem sem mim. Aquela que tinha quatro anos agora com dezenove, e aquele que tinha um, agora com dezesseis.
Tive percas significativas em minha vida. Morte de pessoas queridas. Perca de bens materiais em circunstância naturais, porém desesperadoras...
Vaguei a inúmeros consultórios médicos e nada! Nenhum remédio! Nenhuma cura! Nenhuma resposta!
O meu aspecto físico aparentava estar bem apesar das profundas olheiras em decorrência de infinitas noites mal dormidas ou de sono pouco reparador.
O emocional aos cacos! No meu íntimo, culpava a todos que me rodeavam pela pouca ou quase nenhuma atenção.
A duras penas percebi que não é fácil aceitar as limitações impostas pela vida, e que viver com espinhos cravados na própria carne é fardo difícil para todos nós reles mortais.
Hoje a exaustão, a fadiga, o cansaço, as dores são companheiros frequentes em meus dias.
Rendi-me a eles! Tento repor as energias que vejo como que escorrendo ralo abaixo, espero paciente/ansiosamente as dores (dor é coisinha ruim!) diminuírem ou apenas migrarem para outro lugar no corpo.
Encontrei a resposta: tenho Fibromialgia! Mas a vida não para!