INIMIGOS....

Caminhei toda uma vida sem conhecê-los. Em corporações, acendida a inveja visibilizada em confrontos da mente que pensa, fiquei distante, embora solicitado a externar posições em veículos comunicadores. O respeito se implantou na ausência de aproximação muitas vezes cunhada de austeridade pouco simpática.

Não precisei dos conhecimentos dos grupos que guindam aos cargos políticos, sempre execrei a ufania que não faz crescer interiormente no exercício do mando.

A vida me fez descobrir só amizades, algumas muita maduras outras demasiadamente infantis para o padrão geral, mas amizades banhadas na alegria.

Nada atravessou minha estrada que me fizesse parar de caminhar por ódio, ressentimento ou mágoa. Assim, não tive tempo para considerar gestos inimigos, nem um instante para contraditar a afronta, nenhum momento onde visse a violência emocional da traição colocando armadilha em meus passos.

Não conheço a inimizade por frequentar só a amizade. Minha formação interior não permitiu estacionar, esgotando nosso precioso tempo com a digressão.

O horizonte que abre a planície, páramos do aumento da compreensão, sempre projetou alargar-se.

Os amigos estão sempre presentes, não se escondem, são verdadeiros, impedem a distância, festejam a aproximação, cultuam o desinteresse, são festa do coração que sepulta qualquer inimigo nunca visto.

Têm comumente o enfrentamento opinioso, a discordância veemente, mas educada, o contraponto firme mas discutido.

Nunca precisei conceder perdão por não ser Deus, nem angariar discórdia. Jamais me pediram desculpas como pessoa, pois meu vigor de temperamento é mais franco que a franqueza, forrada da educação que se apresenta sem anelos.

Que os inimigos que não conheço sejam sempre os amigos presentes.