FALTA DE TERRAS E APOIO POLÍTICO ÀS INVASÕES!
De um lado a lei, o direito, a necessidade de se manter a ordem, mas do outro está à falta de políticas públicas nas áreas de habitação, educação, esporte e lazer gerando conflitos inimagináveis, sobretudo em momento de campanha eleitoral para a escolha de prefeitos e vereadores.
Mesmo contrariando Leis, a necessidade das famílias por um pedaço de terra é muito maior do que as proibições, normas e áreas de preservação permanente, que muitos invasores desconhecem; outros, apenas desrespeitam mesmo. Com a ajuda de candidatos a vereadores a “tarefa” de invasão, ocupação e consolidação se torna sempre mais fácil e “protegida”. Mas será que todos que invadem, permanecem na terra depois; ou vendem para outros, quando o processo de ocupação já está consolidado e os lotes ficam valorizados?
Os municípios não possuem terras e, quando as possuem, não fazem planejamento de seus desenvolvimentos e pessoas com necessidades sociais de moradias invadem terras dos Estados ou da União, muitas vezes agredindo cruelmente ao meio ambiente, destruindo áreas de preservação, matando nascentes de igarapés tudo em nome de uma necessidade, sempre em época de período eleitoral porque sabem que receberão apoio de alguém. Depois de consolidados os novos bairros com rua, asfalto, luz elétrica e um mínimo de saneamento básico, os terrenos invadidos são comercializados com outras pessoas e as que venderam com lucro passam a programar, organizar e invadir terras em outro local, durante nova campanha política municipal.
Por trás de tudo, existem candidatos a vereadores que, não conhecendo seus reais papéis de fiscalizadores do executivo municipal depois de eleitos, apóiam essas invasões, mesmo contrariando Lei Eleitoral e gerando um problema novo para o prefeito eleito que terá que urbanizar o novo bairro sob pena de sofrer críticas dos novos ocupantes do novo lugar.
Como jornalista de A NOTÍCIA em Manaus, em épocas distintas, mas sempre durante disputas eleitorais, testemunhei o surgimento de muitos bairros, frutos de invasões, liderados por pessoas que tinham interesses em vender materiais de construção – madeira, principalmente e os realmente necessitados sendo usados como “massa de manobra” ou “bucha de canhão”.
Entre os novos bairros, vi surgirem os do “Capim Santo”, hoje União; Mauazinho; Compensa; “Planeta dos Macacos”, hoje Redenção; Coroado (pertencente ao Campus da Universidade do Amazonas); Braga Mendes (união dos nomes do governador Eduardo Braga com o do prefeito Amazonino Mendes, na época); Novo Israel, em termos bíblicos, a Terra Prometida (ocupação da lixeira pública de Manaus, infestada de ratos). Mas será que o lixão de Manaus, era a terra prometida para os necessitados, desvalidos e desprezados pelas autoridades públicas?
O hoje bairro União era uma fazenda de gado do empresário Manoel Ribeiro Pontes da Lapa e foi invadida sob a liderança do candidato a vereador Sebastião Reis, que o transformou em seu “curral eleitoral” e passou a residir no local, mas mudou de bairro com o fim de seu curral eleitoral.
Esse é apenas um exemplo incontestável do que testemunhei. Outras invasões ocorreram lideradas pela Irmã Helena, durante o Governo de Gilberto Mestrinho. Depois que recebeu um cargo no Governo, deixou de invadir terras para os “necessitados”.
Como tantos outros que montaram negócios no bairro e os venderam, também o líder também não reside no bairro que ajudou a invadir e por cujo local foi eleito para mais uma legislatura de vereador chegando a deputado estadual também. Hoje está sem mandato, mas continua com atuação política.