MADRI
MADRI
Ali por volta de 1997 ou 1998, estando no Guarujá durante as Boas Festas, mais precisamente após o almoço do dia primeiro do ano, encontrávamos na sacada do apartamento do anfitrião, Duílio Pisaneschi, comentando as comemorações do Reveillon, os fogos, a ida à praia à meia-noite, os festejos no condomínio. Tudo muito agradável!
O Duílio, como faz todo ano, tinha viagem marcada para a capital espanhola, ainda naquela noite. E, no meio da conversa, virou para mim e perguntou:
- Zé (como me chama), você não quer ir comigo?
Pego de surpresa, olhei para a Iara, e ela, sempre amável, acenou positivamente.
Em rápidas palavras. Num prazo curto, subimos de helicóptero para Santo André, fiz minha mala, e lá pelas vinte horas estávamos no aeroporto de Guarulhos, aguardando o embarque para Madri.
Viagem muito boa. Não conhecia a Europa. Inverno. Fazia um frio nunca sentido. Dizia o motorista do táxi que há muitos anos a cidade não era tomada por tão baixa temperatura, e para minha felicidade, nevou. Jamais havia visto neve ao vivo!
Durante uma semana conheci a maior parte de Madri. Enquanto o Duílio ia atrás de seus negócios, primeiro fiz um citytour, conhecendo os pontos mais importantes da cidade. Apaixonei-me pelo Museu do Prado.
Muito levado pela admirável guia, uma espanhola bonita e simpática ao extremo. Fiquei emocionado com as pinturas de Velásquez, principalmente encantado pela fidelidade das feições dos seus personagens. O quadro de Cristo crucificado levou-me às lágrimas. Essa pintura tem como característica os pés de Jesus, pregados em paralelo, diferente do mesmo quadro de outros artistas.
E a neve caindo!
Estava hospedado no hotel que fica ao lado da famosa loja de departamento El Corte Inglès. Como bom brasileiro, consumista, era minha visita diária.
Num determinado dia fui, em excursão de ônibus, visitar o programado Vale de Los Caìdos, mas impossível de lá chegar, em vista da neve, e o El Escorial. A este, conseguimos acesso. Um belo castelo, hoje museu. O fato interessante se deu com a guia, já não mais a anterior. Uma senhora sessentona, elegante, sapato salto alto. Não deu outra! Ao descer do ônibus, após alguns passos escorregou na neve. Estatelou-se no chão, tendo de aguardar a vinda de uma ambulância. Ao que parece, se não fraturou o tornozelo, teve uma forte luxação.
Com o Duílio restavam as noites, quando íamos aos restaurantes jantar, inclusive, num onde comemos um delicioso chivito, regado ao vinho espanhol. Exceção feita, quando fomos a um show de música com jantar, num teatro.
O Duílio conhecia Dona Lola, uma espanhola que morou em Santo André. Almoçamos com ela em um restaurante de peixes e frutos do mar. Comida inesquecível!
Ah! Conheci, também, o maravilhoso cassino de Madri!
Assim, sem nada planejado, fui conhecer a Europa, se bem que uma só cidade! Porém, maravilhosa!