Ostentação

Em dias de ostentação ainda encontramos algo altruísta na sociedade? Quem sabe, mas confesso que a cada dia vejo a individualidade tornar-se mais forte, mesmo quando falamos em sociedades sustentáveis e cooperativismo não consigo enxergar verdade em toda essa terminologia que parece visar o bem comum.

Sinto saudades do romantismo da simplicidade, a nostalgia está cada vez mais presente em minha vida, será que é um traço da velhice precoce de meu caráter? Talvez não possa responder algo tão simples nesse momento, mas até consigo criar teorias, algumas boas e outras nem tão empolgantes, porém mesmo assim seriam chutes, nada politicamente correto, e dessa forma, somente convenceria meu ego.

Apesar de toda lamentação das entrelinhas de meus versos, não lamento viver. Viver, isso sim é algo admirável, sofrer e amar, dois sentimentos próximos e tão diferentes. O que seria do amor sem o sofrimento, como poderia avaliar a vida sem a morte, o oposto é a maior verdade de todas, talvez até maior do que a própria palavra verdade, ou será que isso seria uma mentira? Mas precisamos levar isso tão a sério? Causar a pobreza, o afasta-la por sermos privilegiados? Não me parece legal essa formula social.

Nesse momento agradeço ter a capacidade de escrever coisas estranhas, sem pudores e usar o livre pensamento, mesmo sabendo que este está contaminado pelas pseudo-informações.

É triste saber que somos as marionetes sociais, consumistas de coisas inúteis e escravos da vontade de manipuladores de pensamentos.

Ostentar, afinal do que nós podemos nos gabar? De nossas crianças mortas, dos assassinos, estupradores e ladrões, da falta de verdade e invenção de ilusão. A cada minuto que digito um novo verso, e você lê essa palavras uma pessoa sofre algum tipo de violência em nosso país, isso é preocupante, isso é individualidade e não é teoria demagógica.

Não preciso deixar o meu hedonismo de lado para saber o que é bom ou ruim, preciso de compreensão, algo realmente bom, algo que não agrida as pessoas ou o planeta, não somos perfeitos ainda, mas quem sabe se conhecermos o mundo e sua essência e diferenças, algo de surpreendente possa acontecer e assim talvez haja uma oportunidade de ostentar-se por algo real.

Willians Rodrigues
Enviado por Willians Rodrigues em 23/08/2012
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