UM RETORNO À BARBARIA!

Quando a sociedade civil organizada transfere para o Estado, na forma de autoridades constituídas, suas responsabilidades e deveres de cumprimento do mínimo de cidadania, respeito e observação as Leis significa que essa mesma sociedade não está sendo capaz de viver em sociedade e precisa ser extirpada, modificada, transformada porque alguma coisa está fora de ordem.

Os debates políticos estão no ar, às propostas de mudanças sociais se apresentam, os que dizem que trabalharão pela transformação social metem a cara na tela, muitos sem saber que só se transforma uma sociedade como um todo quando todos os que vivem nessa mesma sociedade se transformam pela educação, a cultura, o lazer e respeitam os espaços dos outros, sem querer tirar vantagem de ninguém! Sem isso, nada pode ser transformado.

Enquanto isso, há pessoas que reclamam, fazem criticas e cobram mas se omitem em suas responsabilidades básicas de quem vive em sociedade, abrindo mão de sua cidadania e ainda dizem que se “tivesse um guarda, uma autoridade, um radar”, cumpriria a Lei. Quer dizer que sem a presença física da figura de um Aparelho de Estado, as pessoas que tanto reivindicam, cobram e reclamam praticarão novamente a barbárie só porque não conseguem ler uma placa de trânsito com a velocidade da rua, não saberão que o uso do capacete é obrigatório? Incrível essa falta de responsabilidade social consigo mesma e com a coletividade como um todo!

Não consigo entender que a mesma pessoa que, no passado, abriu mão da barbárie para viver em sociedade gregária, agora abre mão da sociedade formada em nome da coletividade para retornar à barbárie? Será que estamos nos desenvolvendo para o nada ou estamos simplesmente regredindo para um mundo aonde não houver a presença física de uma pessoa, não se respeitará nada, se estacionará em locais demarcados para cadeirantes, idosos, deficientes etc? Se andará sem capacete em moto, cinto em carro, parando em cima da faixa de pedestre, dirigindo na velocidade que desejar...! Será que é isso mesmo que ouço sobre política e sobre o que os eleitores desejam para as cidades, além do que já vejo barbarizado nas ruas das cidades?

Afirmo isso porque é o que estou observando durante matérias veiculadas em TV, pessoas dizendo que “se houvesse policiamento...se houvesse isso ou aquilo” teria cumprido seu dever de usar equipamentos de proteção em motos, cinto de segurança, cumprido o limite de velocidade da pista e outras coisas do gênero.

Ainda estarei vivo para testemunhar o dia em que colocarão em uma praça pública qualquer placa dizendo: “Não pise na grama. Se não souber ler, pergunte ao guarda”. Esse dia ainda chegará e, com certeza, não haverá qualquer guarda para a pessoa perguntar se ele também sabe ler o que está escrito na placa! Cidadania é também entender que aonde termina um direito começa o do outro!

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 22/08/2012
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