A FILHA DO BRUNA
A FILHA DO ARNALDO
Entre as cinquenta e tantas crônicas constantes do meu livro “Um Passado Sempre Presente”, uma se refere à Casa Amarela, como era conhecido o prédio que abrigava a Faculdade Católica de Direito de Santos. Há necessidade de dizer o porquê do nome?
Pois bem! Na citada crônica, relato os nossos encontros anuais, formandos de 1966. São oportunidades para relembrarmos aqueles tempos gostosos, de uma convivência fraterna, de um grupo que aprendeu a se valorizar, de moços responsáveis, todos com o objetivo de nos tornarmos profissionais de respeito. E, assim foi.
Hoje, entre todos aqueles que comparecem aos encontros, vemos homens dignos, advogados de renome, procuradores das três esferas, federal, estadual e municipal, promotores, delegados, juízes. Como também, vemos, com orgulho, um de nossos colegas Ministro do Supremo Tribunal Federal, atualmente Presidente da nossa Suprema Corte. De presença constante!
Relembrei no texto referido, uma passagem inesquecível, por ocasião da colação de grau, quando me encontrava ao lado do saudoso colega Arnaldo Bruna. Vou repetir a cena, porque, até hoje, acho-a de uma singeleza ímpar. Ao entrar seus familiares, virou-se para mim e disse:
- La mamma, la suocera e la fidenzata!
O Bruna, como o chamava, era o perfeito italiano. Não gosto de dizer, mas era gordinho, mais ou menos de 1,75m de altura, tez morena pálida, um tipo de mafioso. Meio brincalhão, apesar do semblante sério. Na época, trabalhava com máquinas de tricô, se não me engano. Importava-as. Por certo tempo, foi proprietário de uma pizzaria, no Gonzaga, apesar de morar em São Paulo. Isso tudo aconteceu há 44 anos!
Nunca mais tive notícias dele. Porém, um dos colegas, num dos encontros anuais, noticiou seu falecimento.
Os anos passam, até que, poucos dias atrás recebo um email, vindo de uma moça chamada Fabíola Bruna, e dizendo que, ao pesquisar no Google, a procura de informações sobre seu pai, Arnaldo Bruna, leu minha crônica da Casa Amarela. Jamais pensava eu em fazer parte daquele site. Porém, não tinha certeza se, de fato, eu me referia a ele. Dei-lhe algumas informações, e foi confirmado ser o colega de turma.
Falamos por telefone, ela feliz (e eu também!), por ter encontrado um colega do pai.
Mora em São Paulo, Moema, é casada, e sua mãe confirmou minha presença, no álbum de formatura. O Bruna faleceu em 1994!
Saudades!