Viva o Natal!

Começa a maratona. Lojas 24 horas, preços arrebatadores, caixinhas de Natal. Luzes, objetos estranhos, luzes, brinquedos, luzes, roupas, luzes. Ho ho ho...É chegada mais uma reta final.

A data do Natal não muda. Mas, as pessoas insistem em deixar de fazer suas compras na véspera. Por quê? Ah! Provavelmente porque adoram enfrentar filas e se amontoar no meio de milhões de pessoas, mesmo que seja num calor infernal.

E as sacolas saem carregando pessoas. Compra-se presente para os filhos, cônjuges, pais, tios, sobrinhos, afilhados, tias-avós, a tia da tia da sua tia, o irmão do irmão do seu meio-irmão. Sem contar os amigos secretos do trabalho, da rua, do prédio, da família. Enfim, gastamos e consumimos o que não necessitamos. Mas as crianças continuam nas ruas, pedindo esmolas, sujas, desnutridas, desamparadas. Apenas crianças.

E mais uma vez vemos luzes, roupas, luzes, calçados, luzes, ofertas, luzes. E compramos. Compramos mais um pouco. “Mas acho que ainda dá pra dividir para o ano que vem. O que há de mal em começar o ano endividado com algo que você não vai usar? Problema nenhum, ora”. Mas os mendigos continuam nas ruas, maltrapilhos, sujos, desamparados, desabrigados. Apenas pessoas.

Espírito natalino que se centra no consumo, no querer o que não se quer, em dar o que não se precisa. E as pessoas continuam lá, divididas, subdividas. Não há partilha com quem necessita, mas há com quem irá partilhar contigo. O egoísmo. O individualismo. Viva o cap(e)talismo!

Pessoas esquecem ou já nem sabem mais qual o verdadeiro sentido do Natal. Comercializam objetos, preços, dinheiro e não o amor, a compaixão, a solidariedade. Não compartilham Jesus. São apenas cegos e escravos do consumismo, do individualismo. Mas, é só o Natal, minha gente. Mais um feriado que já nem me lembro o porquê, mas que existe marcado em nosso calendário, junto a tantos outros que decorrem no ano.

(Dezembro de 2010)