DE SEGUNDA
Normalmente, não tenho problemas com as segundas-feiras. Tenho amigos que reclamam muito sobre esse dia tão ilógico de nosso interesse cartesiano (O Garfield entre eles), mas, em tese, não enfrento esse tipo de dilema. Acho que é causa&efeito de trabalhar fazendo coisas que gosto.
Sou educador em um projeto social muito bacana mantido por uma ONG da qual sou prestador de serviços, o Instituto de Pesquisa em Desenvolvimento Social e Humano (IPEDESH), que atua fortemente na área de São Miguel e região, zona leste da Sampalândia. Esta organização cuida, entre outros projetos, do Programa Jovens Urbanos, mantido com fundos do Itaú Social e cujo gestor é o CENPEC (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária).
Sou também profissional da indústria audiovisual (editor, produtor, roteirista e cinegrafista free-lancer), além de militar no mundo literário.
Sou um afortunado.
Não poderia ser de outra maneira, pois fazer o que gosto, como gosto, aonde gosto e ainda ganhar uns trocados com isso é o sumo do prazer. Infelizmente, poucos se dão conta disso.
Percebo isso claramente quando vejo muitos a impor uma formatação fechada na criação de filhos, ou - pior ainda - a impor-se um ritmo frenético que nada condiz com seus desejos reais. O que é isso? Agrada a quem? Quais as justificativas para essa atitude tão suicida?
Por que tantos insistem com o porto de chegada, quando o melhor é a paisagem do caminho? Que eu saiba, poucos estão preocupados com o "fim da linha". Então, por que não curtir essa viagem nas asas da vida? E viver issso intensamente significa esquecer que hoje é segunda, simboliza dar a cada dia o seu significado e sua cor necessária.
E aqui, proponho uma coisa: tirar um pouco do "up" que damos ao díptico sábado-domingo, para equalizá-lo melhor com os outros dias da semana. É uma ideia estapafúrdia? Talvez... Pra mim, pelo menos, todos os dias são bons, todos os dias são legais.