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Incompletudes do Amor
 
    
   

 
      O escultor acaricia o mármore bruto e se extasia ante esta beleza íntima e da sua liberdade para se exprimir; a pedra rústica difere, sem engano, da atual imagem límpida e lapidada, cada qual com sua singularidade, sem se tornarem uma em duas.
       Como exemplo, se deduz que somos um, na escalada do amor, onde a completude e semelhanças inexistem.

       Os desejos de cada ser, são de modo certeiro, dois fachos incoincidentes, que celebram e almejam interna e claramente o voo livre como ser amado. O amor aí renovado, tanto na alegria  como esculturado na dor, não elege o egoísmo insano e acata sereno as diferenças - raridade neste mundo imperfeito.
       Sonhamos, na maioria das vezes, esculturar o "ser amado fantasia" num sonho singular, como um espelho para nos mirar. Que engano! Uma luz acabará se acendendo a qualquer momento nas duas vidas, para clarear o pensamento e se fazer uma reeleitura dos próprios pensamentos.
       Creio que será fácil perceber, num estalo de consciênia, que o amor existe e permanece, quando as diferenças são incapazes de promover uma separação.
  

 
 
 
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