Segurança preparado.
Estava sentado em frente a lareira, escrevia na agenda, e naquele momento
sua vida passava na mente como fotografias que revelam o passado quando por ousadia resolvemos vê-las.
Nunca imaginava que um dia as lembranças se fariam tão presentes, assim disse-me, depois que notamos que iríamos passar boa hora naquele lugar infernal.
No departamento de policia era um entra e sai de homens com suas roupas discretas, pouca insígnia, preta, com seus coldres disfarçados muito bem locados ás costas por baixo da camisa.
Não conseguia entender como aquilo aconteceu.
Num final de tarde, aquele individuo entra por um corredor de hospital com uma arma nas mãos , invade uma sala onde um doutor é brutamente baleado.
De repente ao sair correndo rouba uma ambulância e de sirenes ligado atravessa uma avenida movimentada, bate em um taxi que estava parado no farol, jogando-o em cima da calçada, fazendo-o atropelar um ciclista.
De mãos na cabeça uma senhora de sacolas de feira grita dizendo “Dio santo” O que é isto?
Ao olhar pelo sistema de segurança notei que algo acontecia, e fiquei alerta total pensando que era o dia do juízo final.
Tudo estava sob controle, até que tudo pareceu perder-se no vazio dos acontecimentos.
Ouço tocar o alarme de segurança, prontamente notei que o perímetro estava apontando
Invasão. Procurei o setor pelo monitoramento, notei que não havia nada, apenas um fragmento de galhos de árvore nos sistemas. Segui numa busca frenética por todos os pontos de identificação, e nas câmaras que filmavam tudo ali nas extremidades, somente uma estava com sistemas danificados.
Exatamente essa questão me levou ao plantão de policia, e depois que meu parceiro disse aos policias que nada havia ocorrido foi que tudo começou sair pelo ladrão.
“Um dos homens que planejavam assassinar o doutor, parecia ser o motorista de fuga”, ao não conseguir roubar um carro no tempo planejado e ao ouvir os disparos dentro do consultório,
entrou em pânico e completamente desorientado de atitude, entrou por um dos caminhos errados, e acabou por sair nos fundos do hospital. Ao ouvir os alarmes todos tocando ao mesmo tempo, pensou somente em se safar, e acabou por invadir o perímetro mais restrito, porque estava totalmente monitorado por seguranças completamente armados.
Mas não saímos porque tudo estava sob controle, á área interior não havia sido violada, e essa era exatamente nossa estratégia, proteger a área interna, porque era onde estava todo o comando operacional. Não havia nada para ser roubado, mas aqueles que estivessem com informações valiosas poderiam sim, querer ter em mãos o controle de todo o comando interior daquele setor de informações sigilosas.
Por isso que fomos parar no departamento de policia, porque um de nossos homens armados dispara um tiro certeiro não dando a mínima chance paro o intruso, que por não saber por onde ir, invade o perímetro restrito. Assim os quatro seguranças do local, passam o resto do dia no plantão policial dando suas versões do ocorrido.
Até explicar o desencontro de informação, o dia passou.
Disse não ver homem nenhum no perímetro, meu parceiro de monitoramento também confirmou essa informação, porém o homem da torre, gritou: Parado! E o intruso ameaçou-o com uma arma em punho. Com isso, pois a se defender disparando prontamente um tiro fatal.
Um dos setores que não enviavam imagens nítidas foi muito comprometedor, pois não confirmou que havia tido uma invasão, somente o alarme identificou.
Cansados de esperar o interrogatório, ficamos conversando horas e horas naquele lugar infernal.
Com o celular víamos fotos , e começamos a contar nossas vidas desde tempos de nossa infância.Foi quando disse- me que costumava registrar boa parte dos acontecimentos em sua agenda, e que um dia escreveria em uma coluna de jornal.
Havia muita sinceridade em seu olhar quando falava de seus amigos de trabalho, ao dizer de sua família também.
Juntamos um quebra cabeça e passamos a dizer a mesma coisa para o delegado.
Aquilo que presenciamos pelo monitoramento era verdadeiro, um homem baleado, outro preso fora do alcance de nossas câmaras. Um ciclista acidentado, uma senhora que lembrava uma nona italiana, um doutor alvejado no ombro, um desorientado morto por um segurança preparado.
E em pleno feriado acabamos por passar um dia inteiro dentro de uma delegacia de policia.
Horas tensos, horas ansiosos, horas preocupados, horas em lembranças de um passado cheio de imagens.