A Loteria.
Naquele dia, demorou no banho, caprichou nas costeletas e no bigode, se preparou como se fosse um dia especial, e era.
Entrou na cozinha assoviando; ao passar pela esposa deu-lhe um aperto nas nádegas sentando-se à mesa, como nunca fazia pedindo café.
Diferentemente dos outros dias, pediu margarina para o pão esquentado.
Na saída quando a esposa trouxe a marmita não reclamou como sempre fazia e deu-lhe um tremendo beijo na boca, deixando-a feliz e preocupada.
Na estação esperou sua vez sem participar do empurra, empurra, ficou em pé sem brigar quando alguém tomou seu lugar.
Parecia que, nada conseguia tira-lo de seu estado de graça.
Quando chegou à cidade deu sua marmita ao primeiro pedinte.
Atrasou na chegada á firma olhando vitrines bateu o cartão de entrada no ultimo horário de tolerância.
Conversou animadamente com todos e a hora do almoço pediu para se ausentar, alegando passar pelo médico, pois estava com dor de cabeça.
Passou a tarde passeando até que chegou as margens de um rio onde ficou admirando suas águas, que carregavam todos tipos de detritos.
Sacou do bolso um monte de contas atrasadas atirando-as nas águas.
Ao chegar de volta a firma seu chefe lhe deu enorme bronca.
No trem voltando para casa esmagado por gente que lhe cutucava jogando-no contra a porta, sorria, punha a mão no bolso apertando o cartão de loteria o qual fizera o ponto máximo.
Só faltava no outro dia pegar a mulher, ir a Caixa pegar sua fortuna.
Quando chegou em casa sua esposa havia telefonado para a firma e soubera de sua dispensa.
Seus dois cunhados e esposa estavam preparados para recebe-lo.
Entre pancadas e maus tratos suas malas foram jogadas janela afora, pois a paciência da família se esgotara.
Assoviando pegou as malas e foi embora.
No dia seguinte os jornais publicaram sua foto como único ganhador da cobiçada loteria, porém ninguém conseguiu encontra-lo.
Nunca se viu esposa e cunhados tão amorosos chorarem tanto.
Em um ônibus para algum lugar foi ele sempre assoviando, feliz por ter descoberto em tempo a família que tinha.
Hoje feliz fazendeiro com esposa e alguns filhos, nem se quer lembra da vida pobre de dos apertos do trem que a loteria tirou de sua vida.
OripêMachado
Veneno de Cobra.
Naquele dia, demorou no banho, caprichou nas costeletas e no bigode, se preparou como se fosse um dia especial, e era.
Entrou na cozinha assoviando; ao passar pela esposa deu-lhe um aperto nas nádegas sentando-se à mesa, como nunca fazia pedindo café.
Diferentemente dos outros dias, pediu margarina para o pão esquentado.
Na saída quando a esposa trouxe a marmita não reclamou como sempre fazia e deu-lhe um tremendo beijo na boca, deixando-a feliz e preocupada.
Na estação esperou sua vez sem participar do empurra, empurra, ficou em pé sem brigar quando alguém tomou seu lugar.
Parecia que, nada conseguia tira-lo de seu estado de graça.
Quando chegou à cidade deu sua marmita ao primeiro pedinte.
Atrasou na chegada á firma olhando vitrines bateu o cartão de entrada no ultimo horário de tolerância.
Conversou animadamente com todos e a hora do almoço pediu para se ausentar, alegando passar pelo médico, pois estava com dor de cabeça.
Passou a tarde passeando até que chegou as margens de um rio onde ficou admirando suas águas, que carregavam todos tipos de detritos.
Sacou do bolso um monte de contas atrasadas atirando-as nas águas.
Ao chegar de volta a firma seu chefe lhe deu enorme bronca.
No trem voltando para casa esmagado por gente que lhe cutucava jogando-no contra a porta, sorria, punha a mão no bolso apertando o cartão de loteria o qual fizera o ponto máximo.
Só faltava no outro dia pegar a mulher, ir a Caixa pegar sua fortuna.
Quando chegou em casa sua esposa havia telefonado para a firma e soubera de sua dispensa.
Seus dois cunhados e esposa estavam preparados para recebe-lo.
Entre pancadas e maus tratos suas malas foram jogadas janela afora, pois a paciência da família se esgotara.
Assoviando pegou as malas e foi embora.
No dia seguinte os jornais publicaram sua foto como único ganhador da cobiçada loteria, porém ninguém conseguiu encontra-lo.
Nunca se viu esposa e cunhados tão amorosos chorarem tanto.
Em um ônibus para algum lugar foi ele sempre assoviando, feliz por ter descoberto em tempo a família que tinha.
Hoje feliz fazendeiro com esposa e alguns filhos, nem se quer lembra da vida pobre de dos apertos do trem que a loteria tirou de sua vida.
OripêMachado
Veneno de Cobra.