Tá rindo do quê?!
A política está no ar. Como uma estação do ano ela envolve a todos, ainda que uns queiram e outros não.
Adoraria viver somente outonos e primaveras, destituiria o inverno e o verão de suas funções anuais, se assim pudesse. Mas como não posso, tento transformar o convívio com as duas estações radicais o mais suportável possível, e torço para que nem o frio, nem o calor sejam mais fortes do que eu.
Política nunca foi minha praia. Sempre me abstive de todo e qualquer tipo de partidarismo que me forçasse a crer que uma sigla é melhor do que outra. Contudo, admito ser filiada ao PRE (Partido dos Românticos e Esperançosos), que acredita que existam pessoas competentes e bem intencionadas no mundo, e que estas pessoas se candidatam a um cargo político.
Porém, venho observando que, nos últimos anos, qualquer pessoa que resolva assumir a posição de CANDIDATO perde imediatamente o valor e a credibilidade. O que faz o ato de participar de um pleito eleitoral parecer vergonhoso.
A quantidade de reclamação, desaforo e, até de chilique, de pessoas que abominam a política, tem me deixado... (não estou encontrando a palavra)... intrigada (?).
Se não estou ficando louca, alguém deve estar.
Pelo que me lembro, a Constituição de 1988 estendeu o direito político dos cidadãos brasileiros nos presenteando com a tão falada Democracia. Que, antes de ser um nome pomposo, significa a possibilidade que cada um de nós tem, não só de escolher alguém, mas de participar ativamente da construção de uma sociedade mais justa.
Estou querendo dizer com isto, que o seu Zé do mercado da esquina pode concorrer a um cargo político se assim desejar, se considerar competente e estiver insatisfeito com a atual situação política em que vive.
Ora, mas se ele pode fazer isto e não faz, por que fala mal de quem fez? E, pra piorar ainda mais, espanta com a cara mais feia que possui, qualquer um que ousa entrar em seu estabelecimento para se apresentar e pedir voto.
—Nunca olharam para mim, agora querem me apertar a mão!!!
Impossível, seu Zé! Nenhum candidato, por mais popular que seja, terá apertado a mão, sorrido, quiçá olhado para todos os milhares de eleitores.
Sabemos que a Cartilha da História Política Brasileira, de tão imoral, deve mesmo ser proibida para menores de 18 anos. Estamos de acordo no que tange o oportunismo desavergonhado dos tantos que buscam um cargo rentável e nada mais. Mas ficar em cima do muro jogando ovo em todo aquele que deu sua cara para estampar em “santinhos”, não resolve a problemática do país.
Não quer adicionar o candidato no Facebook, aja com democracia, exercite o direito que é seu, não aceite. Mas use de sabedoria, não saia comentando em seu mural como se fosse a coisa mais importante que já fez nos últimos anos de sua vida.
Tá rindo do quê? Enquanto não dermos à política a importância que verdadeiramente possui, estaremos rindo de nós mesmo. Só muda o local (um está no poder e o outro na plateia), mas a palhaçada é a mesma.
Nem toda feiticeira é corcunda, já dizia Rita Lee. Nem todo político é vagabundo, digo eu aqui.
E quando o inverno se faz ameno como primavera, quem ganha sou eu.
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