Controvérsias sobre a fundação da União Nacional dos Estudantes (UNE)

Uma coisa é a análise crítica histórica.

A outra é o falseamento histórico.

Digo isto por uma razão: o falseamento histórico da fundação da União Nacional dos Estudantes (UNE) continua sem precedentes.

A tentativa malograda de "fundação" extra-oficial foi em 11 de agosto de 1937, sem lograr sequer uma mínima representação nacional de envergadura para tal.

A verdadeira fundação da UNE foi, sim, em 22 de dezembro de 1938, com a criação do Estatuto da entidade e com a presença de 80 delegados dos mais vários rincões do Brasil, organizados em Centros Acadêmicos (CA's), cujo término do congresso de fundação da UNE seria presidido pelo Ministro da Educação de Getúlio Vargas, Gustavo Capanema, empossando a primeira direção eleita, com a posse do gaúcho Valdir Borges.

A fundação da UNE, cercada de controvérsias, esconde uma das facetas importantes para nós, trabalhistas do PDT e da Juventude Socialista: em 11 de agosto de 1937 ainda não havia sido instalado o Estado Novo, enquanto que a real fundação da UNE, em 22 de dezembro de 1938, no Rio de Janeiro, estava sob a vigência do Estado Novo. E, por coincidência do destino (indeglutível para a historiografia petista ou de setores residuais marxistas), a fundação da UNE teve o reconhecimento oficial de Getúlio Vargas, via presença de Gustavo Capanema neste congresso.

E o fechamento não para por aí, internautas: a perda da sede da UNE, localizada até então na Casa do Estudante do Brasil, já em idos de 1939, faria com que, após a ocupação da sede do Clube Germânia pelos estudantes em 1942, na conjuntura de combate ao nazi-fascismo, Vargas cedesse o local para que este se tornasse a nova sede da UNE.

Por isso, para a história e, em especial, para os trabalhistas e para gente séria, a fundação da UNE é em 22 de dezembro de 1938!

Viva o Brasil! Viva Vargas! Viva a UNE! Viva o movimento estudantil!

E viva a verdade.