O LÁPIS E O GUARDA CHUVA

O LÁPIS E O GUARDA-CHUVA

O lápis teve sua primeira unidade fabricada em chumbo em 1761, por um membro da família Faber, em Stein, perto de Nuremberg, na Alemanha.

De lá para cá, no decorrer de toda sua existência, longa por sinal, uma descendente da família Faber casou-se com um membro de outra, a Castell, daí surgindo o hoje afamado nome Faber Castell.

Esse tão útil objeto, sempre nas mãos dos criadores e seus herdeiros, teve sua fabricação espalhada pelo mundo inteiro, inclusive aqui no Brasil, com indústria situada em São Carlos, interior de São Paulo.

O lápis atravessou séculos, correu o mundo, foi usado por gerações e gerações, exerceu grande importância na alfabetização de pessoas de todos os países, em todos os cantos do universo.

Com tantas invenções, os maiores avanços tecnológicos de que temos sido testemunhas, o mais interessante é que ele, apesar de certas modificações em seu formato, quadrado, sextavado, redondo, bem como se tornou multicolorido, continua sendo constituído de madeira, tendo incrustado em sua parte central um filete de grafite, ou de cera de diversas cores.

Então, lembrei-me da fábula de Gibran, em que a folha de papel branco dizia: “Pura fui criada, e pura permanecerei para sempre. Antes ser queimada e convertida em brancas cinzas, do que suportar que a negrura me toque ou o sujo chegue junto de mim.”

“...E os lápis multicoloridos ouviram-na também, e nunca se aproximaram dela.

E a folha de papel, branca como a neve, permaneceu pura e casta para sempre, pura e casta – e vazia”.

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O guarda-chuva, originário da Mesopotâmia, é datado de 3400 anos, usado para proteção do rei contra o sol. Lá era muito rara a chuva.

Em Roma e na Grécia era exclusivamente feminino. Como o lápis, desde os mais remotos tempos, não mudou. Constituído de uma haste com cabo, sendo composto, na outra extremidade, de varetas concêntricas servindo de suporte ao tecido impermeável.

Foi acessório, na belle époque, das mulheres elegantes, em seus passeios pelos jardins e bulevares parisienses. Mais servindo, nesse caso, como guarda-sol. Usado, também, como acessório, em demonstrações de dança, no frevo, música típica do carnaval de Recife e Olinda.

Não mudou. Continua com o mesmo formato. Mas, poderia ter mudado. Por quê?

Ali por volta de 1960, um nosso amigo de Santo André, não temos certeza se engenheiro ou arquiteto, muito inteligente, criativo, veio com a novidade de ter inventado um novo modelo de guarda-chuva, sem o tecido. Teria ele o mesmo formato do tradicional, todavia, munido de um pequeno motor que acionava as varetas, fazendo-as girar numa velocidade tal, que substituindo o tecido impermeável, impediria a passagem dos pingos da chuva.

Infelizmente, o inventor faleceu antes de concluir sua criação, ninguém mais se interessando em dar continuidade a ela.

E o guarda-chuva seguiu sem qualquer mudança! Inclusive, continua sendo o recordista mundial do “esqueceram de mim”!

Aristeu Fatal
Enviado por Aristeu Fatal em 16/08/2012
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