Ô Dilma, o poder está contigo ***
Tudo é tratado para obtenção de vantagens sobre a deficiência. Todos especulam a deficiência, menos o professor. O educador não pode cobrar pelas provas que elabora. Deveria ter esse direito como trabalhador e cobrar cada avaliação independente do salário (que é miserável e torpe). Já escuto o brado retumbante dos moralistas de plantão: que absurdo grosseiro!
Pois o curioso é que todos os especuladores das deficiências alheias nasceram das mãos de quem nunca teve esse direito. Só o professor não especula, ele cria especuladores que no fim haverão de devorá-lo sem a menor piedade. O departamento de trânsito especula o menor erro do futuro motorista para lhe abiscoitar um bom dinheiro a mais da conta. O dentista especula por dente o bom lucro que aufere sobre o que deveria ser um tratamento completo da boca. O médico especula sobre as doenças por partes, partindo do exame aos mais diversos tipos de contas a pagar. O advogado especula sobre situações ligadas ao direito do anzol que é torto. A funerária sobre o morto. Todos especulam menos o professor.
Talvez resida aí o fim da indisciplina. Os indisciplinados levariam uma sova dos pais diante do custo de cada nova avaliação danificada pelo péssimo comportamento dos seus rebentos relapsos. Até as multas de trânsito se justificam alegando ser a única maneira de coibir a desumanidade dos motoristas. Os pais então voltariam se preocupar com o que os seus filhos realizam em sala de aula diante do professor indefeso. Eles sentiriam no bolso e devotariam aos seus filhos um cuidado recíproco no quesito educação. Mas isto parecerá absurdo justamente pelas categorias que especulam.
Por que os policiais federais percebem altas somas e os professores uma ninharia? Por que o professor não é elevado à categoria de “funcionário federal”? Por que não é equiparado salarialmente a estes que praticam a repressão armada? Por que o professor percebe menos do que um agente da Polícia Federal? Por quê? Com um salário de agente federal a profissão de professor voltaria a ter sentido real na sociedade. Nunca este respeito simbólico nas quais todas as empresas devotam cinicamente. Com mais professores atuando na educação haveria redução da necessidade de policiais federais com o passar dos anos diminuindo riscos para o Estado. Comecem a equiparar o professor ao policial federal e em dez anos economizaríamos policiais armados a ponto de extingui-los o que deveria ser sempre uma meta da civilidade. Hoje devido ao preconceito que grassa sobre o drogado tira-se o aluno drogado da escola onde deveria permanecer para entregá-lo à medonha marginalidade. É o salário do professor algo muito mais preocupante do que o uso das drogas ilícitas pelos doentes.
Já o salário do professor desmoraliza a profissão. Deposita pouca ambição ou nenhuma, sequer equiparado ao salário de um agente da polícia federal, sendo o professor o primeiro agente da ordem social.
Até quando?
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